Data: 19/10/2017
O 1º Encontro da Classe Trabalhadora das Américas reuniu quase cem pessoas de países da América Latina, África e Europa, nos últimos dias 16 e 17, em São Paulo (SP). Um dos temas de discussão durante o encontro foram os ataques vivenciados pelos trabalhadores das várias nações representadas. O evento foi organizado pela Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas (RSISL), da qual a Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) faz parte.
A mesa de abertura do encontro teve a participação de Judith Calderón, jornalista do México demitida do diário La Jornada após greve, de Misael Oliver Jiménez Vera, delegado de base do Sindicato dos Eletricitários do Paraguai (SintrAnde), e de Alexandre Galvão, secretário-geral do ANDES-SN. A mesa debateu os ataques sofridos pelos trabalhadores. As intervenções dos delegados também revelaram situações em comum e as ofensivas semelhantes vindas de governos neoliberais, do imperialismo e dos patrões.
As organizações e os governos que agem como conciliadores de classe também foram apontados nos vários relatos. No mesmo dia, também foram realizados grupos de discussão temáticos, que se dividiram em trabalhadores da indústria, da mineração, petroleiros, dos Correios, de transportes, da educação, do funcionalismo público e de movimentos populares.
Governo Trump
No segundo dia de evento, uma mesa avaliou o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as consequências de sua política para os latino-americanos. Na sequência, os ativistas se reuniram em setoriais temáticos. As discussões se deram sobre Mulheres, Combate ao Racismo, Imigrantes, LGBTT e Criminalização dos Movimentos Sociais. Os diversos grupos construíram moções e sugestões de campanhas internacionais, que em breve serão publicadas no site da RSISL. Ao fim do encontro, um manifesto foi lido e aplaudido pelos lutadores de 17 delegações internacionais.
As delegações também visitaram o bairro de Jaraguá, na zona sul da capital paulista. Lá, eles conheceram a aldeia indígena guarani e a Ocupação Esperança. A juventude brasileira e chilena presente no encontro realizou também uma manifestação em frente ao consulado chileno, na manhã do dia 18. O ato se deu contra a Reforma Educacional da presidente Michelle Bachelet. Os movimentos estudantis têm tomado as ruas no Chile em manifestações contrárias às medidas do governo.
Para o secretário-geral do ANDES-SN, Alexandre Galvão, o objetivo inicial do encontro era fortalecer a participação de sindicatos do continente e a relação entre os trabalhadores dos países latino-americanos, o que foi cumprido. “Percebemos, no setorial internacional da CSP-Conlutas, que os encontros anteriores da Rede, a participação de sindicatos da América Latina era muito frágil. Foi importante ter o painel da situação latino-americana, dos ataques realizados contra a classe trabalhadora, percebendo que em todos os países do continente a classe trabalhadora vem sofrendo ataques”, disse, acrescentando que no painel sobre o Trump e América Latina foi mostrado que a política de Trump ataca, na lógica do imperialismo, a classe trabalhadora de forma violenta por meio de uma política xenófoba, racista e machista. “Avaliamos também as formas de resistência a essa espécie de governos”, afirmou.
Com informações da CSP-Conlutas e da RSISL
Fonte: ANDES
|