Um levantamento divulgado pelo instituto de pesquisas do Grupo Folha (Datafolha) revelou que a maior parte da população brasileira prefere uma educação pública, gratuita e de qualidade, desde a creche até a universidade, ao invés de privatizá-la.
Segundo o levantamento, 70% dos entrevistados defendem a gratuidade universal (independentemente das condições financeiras de cada cidadão) nas creches, 79% no ensino fundamental e médio e 67% no ensino superior.
O apoio à oferta de educação universal gratuita é majoritário em todos os recortes do levantamento: cor, gênero, escolaridade, idade, ocupação, região, religião, renda, porte do município, partido de preferência e autoclassificação política. A pesquisa indica que a parcela de brasileiros que considera que a educação só deve ser gratuita para quem não pode pagar varia de 18% no caso do ensino fundamental para 29% no ensino superior.
Ataques à educação
Durante seu primeiro ano de mandato, o governo Bolsonaro ficou marcado pelos ataques à educação. A Constituição estabelece a “gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais” como um dos princípios do ensino brasileiro, contudo, além do governo querer impor o projeto “Future-se”, Bolsonaro tem interferido na nomeação de reitores em universidades públicas, o que gerou inclusive uma manifestação de repúdio do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN).
Projetos como o Escola Sem Partido, chamado pela oposição do governo de “Escola com Mordaça”, e a militarização das escolas são também graves ataques à Educação, com o objetivo de acabar com o pensamento crítico e democrático nas escolas e com a liberdade de cátedra de professores.
Contra esses e outros ataques, a juventude e trabalhadores da Educação foram protagonistas das maiores manifestações no país este ano, como as ocorridas nos dias 15 e 30 de maio de 2019. “Bolsonaro é inimigo da Educação. Seu desprezo ao conhecimento e às liberdades democráticas representam grave ameaça à educação pública, sem contar os planos do ministro Paulo Guedes de tirar da Constituição a exigência de investimentos mínimos em saúde e educação e os ataques aos servidores públicos previstos na reforma administrativa”, alerta a dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Joaninha Oliveira.
“A pesquisa do Datafolha confirma o que as lutas já demonstram: a população não aceita a política privatista e destruidora deste governo, que precisa ser derrotado nas ruas e nas lutas. Precisamos começar 2020 preparando a retomada de um amplo processo de lutas e realizar um grande dia nacional de lutas no dia 18 de março, como foi aprovado por entidades do funcionalismo das três esferas, principalmente por entidades do setor da Educação, e assumido pelas centrais sindicais. Vamos à luta em defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade”, afirmou Joaninha.
Fonte: CSP-Conlutas com edição da ADUA-SSind
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