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Trabalhadores da indústria aprovam novo Dia Nacional de Luta



Data: 02/10/2017

Cerca de 1,5 mil trabalhadores da indústria de todo o país se reuniram, na última sexta-feira (29), em São Paulo, para uma plenária nacional em defesa dos direitos. A principal resolução do encontro foi a aprovação de um manifesto conjunto e a definição de um novo dia nacional de mobilizações: 10 de novembro, véspera da entrada em vigor da Reforma Trabalhista. A plenária foi encerrada com uma passeata com gritos de “Greve Geral, essa lei é ilegal” e “Fora Temer”. O tom da atividade foi de denúncia da gravidade da Reforma Trabalhista e outros ataques do governo de Temer.

Na fala dos dirigentes foi unânime a defesa da unidade e da luta para impedir que os patrões apliquem os ataques permitidos pela reforma. “Muitos diziam que ao ser aprovada a Reforma Trabalhista já estava dada, mas não contavam com a força do trabalhador. Hoje estamos demonstrando que os trabalhadores estão preparados para resistir a essa lei e fazer uma verdadeira desobediência civil”, disse os dirigentes da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira, ‘Bira’.

O representante da Intersindical, Mané Melato, ressaltou que em muitos momentos há as disputas sindicais, mas hoje a busca é pela unidade. “Precisamos construir dias de mobilização unificados para barrar essa lei que quer impor uma escravidão. E essa unidade tem de ser traduzida em cada local de trabalho para barrar os ataques onde ocorrerem”, disse. O presidente da Fitmetal, Marcelino Rocha, afirmou: “a unidade e resistência devem ser nosso motor de luta contra a agenda regressiva de Temer. Não aceitaremos a retirada de direitos, por isso, vai ter luta!”, afirmou.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT), Paulo Cayres, afirmou que nas portas das fábricas os trabalhadores estão atentos e é preciso lutar para defender os empregos. “Este ano completam-se 100 anos não só da Revolução Russa, mas da primeira grande greve geral no país, em 1917. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi garantida com luta. Temos de manter essa herança e hoje está demonstrado que há resistência, vai ter luta e enfrentamento”, disse.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força Sindical), Miguel Torres, falou do esforço para construir a plenária unificada para defender direitos. “A unidade das centrais sindicais deve passar pela unidade das categorias pela base. Precisamos construir uma pauta de lutas para fazer frente a essas reformas e outras que estão por vir como da Previdência. A resistência é o único caminho. A luta faz a lei, senão não há lei que favoreça os trabalhadores”, disse.

Nova Greve Geral

Em nome dos metalúrgicos da
Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Luiz Carlos Prates, o ‘Mancha’, lembrou que há um ano os metalúrgicos deram início a uma mobilização unificada e este ano assistimos grandes mobilizações, como a Greve Geral de 28 de abril e o Ocupa Brasília. “Nossa campanha Brasil Metalúrgico já está surtindo efeitos e já há acordos conquistados que proíbem a reforma trabalhista e seus efeitos como a terceirização e garantem a renovação das cláusulas sociais. Mas sabemos que uma só categoria não basta. É preciso construir uma Greve Geral que envolva toda a classe trabalhadora”, disse.

Na fala dos representantes das centrais sindicais, Atnágoras Lopes falou em nome da CSP-Conlutas e afirmou: “Com sua luta e ação direta os trabalhadores podem transformar esse país. Como dirigentes nosso papel é honrar os 23 milhões de desempregados, botar pra fora esse governo canalha e todos os corruptos do Congresso nacional. Aqui está a classe trabalhadora organizada e quem tem tradição de luta. No dia 10 vamos fazer um grande dia nacional de lutas e forjar uma nova greve geral nesse país”, afirmou.

Para o representante da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais, filiada à CSP-Conlutas, Zé Maria, a plenária deste dia 29 foi uma importante demonstração de unidade não só de metalúrgicos,
mas também de trabalhadores de outros setores. “É uma luta que se dá agora nas campanhas salariais em torno do lema ‘Nenhum Direito a Menos’, mas que precisa se transformar numa luta nacional de toda a classe trabalhadora. Vamos sacudir esse país no dia 10 de novembro com manifestações, greves e protestos, e avançar em nossa luta para construir uma Greve Geral que revogue a Reforma Trabalhista, barre a da Previdência e dê um basta neste governo e Congresso corruptos”, disse.

Na plenária estavam representadas as principais categorias de metalúrgicos que integram a Campanha Brasil Metalúrgico, movimento que deu início à luta unificada para impedir a aplicação da Reforma Trabalhista e a retirada de direitos nas campanhas salariais deste ano. Diversas outras categorias e setores também estiveram presentes, como petroleiros, trabalhadores da indústria química, naval, alimentação, metroviários, eletricitários, construção civil, dos Correios, aposentados, entre outros. O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e auditores fiscais do trabalho também tinham representantes na plenária, assim como representantes das centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Intersindical, CGTB e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Fotos: CSP-Conlutas

Fonte: CSP-Conlutas com edição da ADUA



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