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Manifestações do dia 14 reuniram mais de 2 milhões de trabalhadores



Data: 19/09/2017

Metalúrgicos e servidores públicos, entre eles professores federais e estaduais, realizaram, no dia 14, o Dia Nacional de Lutas, Mobilização e Paralisação em Defesa dos Serviços Públicos e contra a Reforma da Previdência. Foram realizadas manifestações em todo o país que, de acordo com a Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), reuniram mais de 2 milhões de trabalhadores. Em Manaus, o ato em frente a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) reuniu pouco mais de 400 pessoas.

A data foi definida pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) como Dia de Lutas e Paralisações com deliberação do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes), em reunião realizada em agosto, a partir de discussões no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Em reuniões também realizadas no mês passado, metalúrgicos e petroleiros decidiram realizar manifestações no dia 14 de setembro.

Além de lutar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 da Contrarreforma da Previdência e o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), os docentes foram às ruas pela revogação das leis da Reforma Trabalhista e da Terceirização e da Emenda Constitucional (EC) 95/16, que têm impactado duramente as instituições federais de ensino. O Dia Nacional de Lutas também foi aprovado pela CSP-Conlutas e incorporado no calendário de lutas da Central.

A presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, avalia que o Dia Nacional de Lutas, Mobilização e Paralisação em Defesa dos Serviços Públicos e contra a Reforma da Previdência foi um passo importante na retomada da mobilização dos trabalhadores. “O dia 14 serviu para reaglutinar, a partir das bases nos Estados e municípios, os segmentos dos trabalhadores que continuam indignados com os retrocessos em curso. É importante ressaltar a necessidade de maior empenho na mobilização das categorias em defesa dos serviços públicos e contra a retirada de direitos. O dia 14 é um dia do novo calendário de lutas que se abre no segundo semestre de 2017 para que possamos construir, ainda nesse ano, uma nova Greve Geral”, disse.

Atos de Norte a Sul

Em São Paulo (SP), um ato reuniu centenas de pessoas no centro da capital, em frente ao Teatro Municipal. Em passeata, os metalúrgicos, contaram com o apoio de representantes de outras categorias, como bancários, servidores públicos e metroviários. O ato encerrou em frente ao prédio da Delegacia Regional do Trabalho, no centro da capital paulista. Em Ribeirão Preto (SP) houve a ocupação de uma fazenda por 600 famílias sem terra.

Em São José dos Campos (SP), metalúrgicos de nove fábricas se mobilizaram em defesa de seus direitos, com atrasos de até três horas para entrada nas empresas da região. Além das mobilizações por nenhum direito a menos, os metalúrgicos também votaram pela Campanha Salarial. Na Gerdau e Panasonic, foi aprovado aviso de greve. Os trabalhadores pediram início imediato das negociações com as empresas. Na Chery, em Jacareí (SP), houve atraso de três horas na produção. Em Osasco (SP) e região, cerca de 5 mil metalúrgicos se mobilizaram em 15 empresas.

Em Minas Gerais, ocorreram assembleias e paralisações na Belgo de Contagem, na General Eletric em Juiz de Fora, na portaria da Arcelor Mita em Bocaiúva, e na portaria da empresa Rima. Na parte da tarde, em Belo Horizonte, aconteceu ato unificado de servidores públicos e trabalhadores do setor privado. Houve, ainda, o travamento da rodovia Fernão Dias, em Betim, no sentido São Paulo. O protesto começou no bairro Cidade Industrial, em Contagem, na Grande Belo Horizonte.

Na região de Curitiba (PR), trabalhadores de oito empresas se mobilizaram, e cerca de 20 mil metalúrgicos pararam no turno da manhã na Volvo, CNH, Bosch, WHB Fundição, WHB Usinagem, Renault, PIC da Audi e Brafer. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi realizado um debate público sobre os cortes orçamentários, com presença de docentes, técnico-administrativos e estudantes. Os docentes da UFPR realizaram paralisação.

Em Catalão (GO), trabalhadores de empresas como John Deere e Mitsubishi integraram o dia de mobilização. No Rio de Janeiro, petroleiros, metalúrgicos, da SOS Emprego e movimentos sociais realizam um ato com a presença de centrais sindicais no EDISE. No Terminal Aquaviário Baía de Guanabara, na Ilha do Governador, ocorreu um ato na porta da unidade. No Terminal da Baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis, os trabalhadores atrasaram em uma hora o início do expediente. No final da tarde, os docentes das universidades federais e estaduais se juntaram a outras categorias para uma grande manifestação no centro do Rio de Janeiro.

Em Niterói (RJ), os docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF) paralisaram suas atividades e realizaram panfletagens para dialogar com a comunidade acadêmica e com a sociedade sobre os efeitos dos cortes e do ajuste fiscal na educação pública. Em Campos dos Goytacazes (RJ), docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em greve, realizaram o seminário ‘A autonomia universitária e o futuro da educação fluminense’.

Em Pelotas (RS) e Santa Maria (RS) houve paralisações de docentes, mas os atos, marcados para o final da tarde, foram cancelados devido às fortes chuvas. Docentes da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) realizaram um piquete na alfândega de fronteira com o Uruguai, na cidade de Jaguarão (RS), em conjunto com trabalhadores rurais da região.

Em Belém (PA), os portões da Universidade Federal do Pará (UFPA) amanheceram fechados por conta da paralisação de docentes e técnico-administrativos. Um ato público foi realizado em frente à Justiça do Trabalho, na Praça Brasil. Na Bahia, docentes das quatro universidades estaduais realizam, durante toda a semana, a Semana de Mobilização contra os cortes de orçamento e em defesa de seus direitos trabalhistas.
Em Vitória (ES), foi realizada a palestra ‘Em defesa dos direitos e da educação pública’, na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Em Cuiabá (MT), docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) se somaram à mobilização realizada na guarita da Fernando Correa da Costa na manhã. Em São Luís (MA), docentes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) realizaram panfletagens na entrada do campus Bacanga.

No Rio Grande do Norte, docentes da Universidade do Estado (Uern), realizaram atividades em diversas cidades. Em Mossoró foi realizada uma roda de conversa às 9h e uma panfletagem 15h, na Praça do Mercado. Em Assú, foi realizada uma panfletagem as 7h30 na Feira Municipal. Em Caicó foi realizada uma roda de conversa entre estudantes, técnico-administrativos e docentes acerca da situação da universidade. Em Patu, foi realizada uma rodada de entrevistas a partir nas rádios da cidade.

Fonte: ANDES-SN



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