Data: 10/08/2017
Os professores de educação básica de quase todas as regiões do Peru estão em greve há mais de 50 dias. Eles lutam por reajuste salarial e pela revogação da Lei de Reforma Magisterial, que cria um processo de avaliação da categoria e prevê demissões de professores.
No final de 2016, o Congresso Nacional aprovou o congelamento do orçamento público para as áreas de saúde e educação, o que fez com que o salário dos 380 mil professores peruanos se mantivesse abaixo do custo de vida no país. O salário médio de um professor concursado no Peru é de 1780 sóis (aproximadamente R$ 1700 reais), mas os professores contratados recebem bem menos.
O governo de Pedro Pablo Kuczynski também criou, por meio da Lei de Reforma Magisterial, o processo de avaliação dos docentes, pensando em demitir aqueles que não aprovassem no exame, por considerar que o país tem muitos professores. A exigência da categoria é fixar 4050 sóis (cerca de R$ 3900 reais) como base salarial, além da revogação da Lei de Reforma Magisterial.
Apesar dos ataques já implementados, a greve colocou um freio nas intenções do governo de aprofundar a precarização da educação. Nos quase dois meses de paralisação, a categoria já conquistou, em algumas regiões do país, aumentos salariais, embora ainda considerados insuficientes.
Assim como no Brasil, a gestão da educação básica pública peruana não é nacional. A negociação, realizada com direções sindicais tidas como burocráticas pelo movimento docente, previa o final da greve, o que não ocorreu porque a base da categoria não se sentiu contemplada com o oferecido pelo poder público.
Na última semana, os docentes peruanos realizaram uma grande manifestação, chamada de Marcha de Los Amautas (professores em língua quéchua), que foi reprimida pelas forças policiais de Lima, capital do país.
Com informações de Peru 21, La Republica, Exito Notícia e Izquierda Diario. Imagem de Sutep.
Fonte: ANDES-SN |