Data: 28/07/2017
Dos candidatos ao cargo de governador do Amazonas nessas eleições suplementares, apenas o concorrente Luiz Castro (Rede Sustentabilidade) compareceu à entrevista sobre o tema “Moradia Popular”, encontro organizado pelo Movimento Luta Popular (MLP) e Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), com apoio da ADUA, nesta sexta-feira (28), no auditório da Faculdade de Estudos Sociais (FES), na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Também participou o ex-vereador Valdemir José, representando a candidatura de José Ricardo (PT).
Antes do início da entrevista com os participantes, o coordenador do Movimento Luta Popular (MLP), Júlio Ferraz, denunciou os ataques direcionados aos militantes dos movimentos sociais e populares e cobrou iniciativas de combate a essas práticas. “Descobrimos que há um plano para de eliminar 18 dirigentes que lutam por moradia e, por isso, estamos encaminhando denúncia à Brasília. É lamentável a perseguição que estão fazendo aos militantes dos movimentos populares. Não aceitamos esse tipo de comportamento contra os movimentos”, ressaltou.
Na fala de abertura do encontro, o candidato Luiz Castro saudou a todos que encampam a luta por moradia na cidade e destacou a necessidade de priorizar esse assunto no plano de governo. “Não consigo mais compreender nenhum programa de governo, em qualquer que seja a cidade, que não tenha moradia como prioridade. Geralmente quem concebe esses planos, já tem moradia e vive bem, por isso vários governos não priorizaram esse segmento”.
Representante do candidato José Ricardo, Valdemir José criticou a criminalização dos movimentos sociais e a falta de políticas públicas para os trabalhadores, nesse caso a ausência de programas eficientes de habitação e seus desdobramentos. “A criminalização dos movimentos sociais é a criminalização da classe trabalhadora, que luta por melhoria, moradia, educação, transporte, saúde, um projeto coletivo para a população”, afirmou.
Os dois participantes destacaram a moradia como um direito consagrado na Constituição Federal, mas ainda não efetivamente assegurado aos trabalhadores. “Não podemos tratar aqueles que lutam por moradia como se criminosos fossem. Moradia é um direito. É direito de todos viver com dignidade”, lembrou Castro, destacando que o plano de governo dele inclui vários aspectos aliados à habitação. “Vamos fazer diferente daqueles que querem higienizar a cidade, colocando os pobres para longe, prejudica a população que fica longe do transporte, da escola, do posto de saúde”, criticou.
Os dois participantes lamentaram a falta de uma política pública efetiva sobre moradia popular. Atualmente, o Amazonas amarga um déficit de moradia que atinge mais de 200 mil pessoas e os recursos destinados a esse segmento são cada vez menores. Para os participantes, é preciso reorganizar o Sistema de Habitação e aproveitar melhor as áreas mais próximas ao centro da cidade.
Ao longo do encontro, eles responderam a uma série de perguntas feitas pelos moradores de várias comunidades. Entre elas, sobre a ausência de programas que aliam moradia e ambiente, assentamentos indígenas, política e assistência para imigrantes e estratégias para equipar áreas de ocupação.
Ao fim da entrevista, o coordenador do Movimento Luta Popular, Júlio Ferraz, leu a Carta Aberta de Manaus dos Movimentos de Luta por Moradia Popular.
Fonte: ADUA |