Data: 25/07/2017
A diretoria da ADUA apresentou ao novo reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Dr. Sylvio Mário Puga Ferreira, as demandas da categoria e ações a serem implementadas pela entidade em defesa dos professores e da universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada. O encontro ocorreu nesta terça-feira (25), no gabinete do novo dirigente, em atenção à solicitação feita pela seção sindical no dia 7 de julho.
Antes de apresentar ao reitor a pauta da reunião, o presidente da ADUA, professor Aldair Andrade, fez questão de ressaltar os princípios da seção sindical como entidade classista, autônoma e defensora intransigente da democracia no ambiente universitário e fora dele. “Essa reunião é para estabelecer o diálogo entre a instituição e movimento docente”, afirmou o presidente.
Sylvio Puga destacou que não haverá dificuldade de diálogo com a gestão dele. O reitor fez questão ainda de mencionar que é ocupante, por um prazo estabelecido, de um cargo que a comunidade delegou. “Eu estou reitor. Sou professor!”, emendou.
Pautas
Nesse encontro, a ADUA levou ao conhecimento do novo reitor a preocupação com o crescente aumento de casos de adoecimento docente, assédio moral, assédio sexual, e o aumento no número de processos administrativos disciplinares (PAD), e perseguição a sindicalizados.
“Nós temos percebido ao longo do tempo uma política anti-sindical que tem se demonstrado de várias formas”, argumentou o presidente da seção sindical, acrescentando que tal postura fere princípios democráticos, a exemplo do que ocorreu nas últimas greves, inclusive com a judicialização da política, recorrendo a instâncias do judiciário”, lembrou Aldair. O reitor concordou com o presidente da ADUA. “Nós temos que ter a maturidade de resolver as questões internamente. Tenho horror a questões políticas sendo judicializadas”, destacou o reitor.
A entidade também solicitou ao gestor esclarecimentos sobre qual será a postura da atual administração diante da exigência de que todos os docentes da instituição apresentem à Progesp diploma de mestrado e/ou doutorado sob pena de retirada da gratificação de retribuição por titulação, em virtude de ato assinado pela administração anterior. “Todos os professores receberam memorando com um prazo para entrega de diplomas em até 120 dias. A ADUA solicita dilatação do prazo, por mais seis meses além do estipulado, para entrega dos documentos”.
Tal solicitação se justifica em razão de vários sindicalizados terem procurado a entidade para manifestar preocupação com o assunto, uma vez que algumas instituições de ensino superior têm prazo alargado para entregar os diplomas de cursos de pós-graduação e essa é uma questão sobre a qual os postulantes não têm gerência.
Resoluções
A pauta tratou ainda de normativas aprovadas no 1º semestre deste ano nas instâncias deliberativas da Ufam, como a Resolução nº 13/2017 – que trata das normas de progressão e promoção na instituição, referendada pelos membros do Consuni – e a Resolução nº 22/2017, sobre carga horária docente, aprovada pelo Consad, as quais têm gerado uma série de dúvidas e interpretações diferenciadas por parte dos membros das comissões de PIT e RIT. A ADUA comunicou que promoverá debates sobre as referidas resoluções.
A ADUA solicitou também a retomada da Estatuinte da Ufam, cujo processo de discussão, iniciado em 2013, ocorreu de forma democrática com a participação efetiva de membros de todos os segmentos da comunidade universitária, mas não foi encerrado. “Foi entregue relatório final, mas a Estatuinte ainda não saiu a termo e há sérios problemas decorrentes dessa não conclusão, como o caso dos campi que não estão contemplados no Estatuto da Ufam”, lembrou Aldair Andrade.
Por fim, o presidente da seção sindical entregou ao reitor, professor Sylvio Puga, um ofício solicitando informações relacionadas aos direitos de aposentadoria e vagas docentes; orçamento da Ufam; terceirizações; e carreira docente. Essas informações subsidiarão um diagnóstico nacional sobre as IFEs, conforme decisão do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), tomada recentemente no 62º Conad, em Niterói/RJ e que teve a participação de sindicalizados desta seção sindical.
Durante o encontro, o reitor se mostrou disposto a discutir os problemas levantados, já garantindo espaço para novos encontros. “As pessoas têm de saber conviver com a crítica”, disse o reitor. A expectativa da ADUA é que a Reitoria adote uma postura de diálogo com o movimento docente.
Fonte: ADUA |