Data: 14/07/2017
A necessidade de mais unidade da classe trabalhadora e de manifestações nas ruas foram os principais temas debatidos no primeiro dia do 62º Conselho do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). Os participantes do encontro ressaltaram, ainda, a importância da intensificação da agenda de lutas dos professores, inclusive com a organização de uma nova greve geral, em combate ao constante ataque aos direitos dos trabalhadores praticado pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Com tema ‘Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!’, o 62º Conad segue até o dia 16, em Niterói (RJ).
Membro da secretaria-executiva da CSP-Conlutas, Paulo Barela, ressaltou a importância da luta e da imediata construção de uma nova greve geral no país frente ao momento enfrentado pelos trabalhadores que sofrem as consequências de uma profunda crise político-econômica instalada por esquemas de corrupção. “Nós só vamos enfrentar os ataques dos governos burgueses com a unidade dos trabalhadores nas ruas. E para isso ser feito precisamos parar o país. Ou os projetos seguirão sendo aprovados no Congresso, como vimos agora com a Reforma Trabalhista, que foi feita a partir da compra de Senadores”, disse.
Para a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, a importância central do 62º Conad é o debate do grave momento vivido pelo trabalhador. “Estamos num momento em que se acirrou a conjuntura, com a aprovação da Reforma Trabalhista que vai incidir sobre todos os trabalhadores e que vai deteriorar ainda mais as condições de trabalho nas universidades públicas, porque já atinge imediatamente todos os terceirizados, precariza ainda mais as condições de trabalho e consequentemente as condições de ensino”, afirmou.
Farage, alertou que, após o 62º Conad, a agenda de lutas dos docentes deve ser ainda mais intensificada. “Devemos sair desse Conad com a atualização dos nossos planos de lutas, que nos mobilize a ir às ruas, com mais intensidade, dizer não às contrarreformas, e, agora, lutar também pela revogação da Reforma Trabalhista, assim como a revogação da Lei da Terceirização, e, para isso, construir a unidade mais ampla possível para ir também às ruas para retirar o ilegítimo presidente Michel Temer e os demais políticos corruptos do Congresso Nacional, que estão atacando os direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Divergências
Durante o evento, foi unânime a defesa da construção de uma nova Greve Geral para barrar as contrarreformas e derrubar o governo de Temer e o entendimento de que só com unidade de ação entre sindicatos e movimentos sociais será possível essa construção. Mas, houve divergências sobre quais serão as ações políticas em relação à derrubada de Temer, mesmo com a concordância unânime da não realização de eleições indiretas. Nos próximos dias do Conad, os docentes irão definir qual a política defendida pelo ANDES-SN como, por exemplo, eleições diretas e eleições gerais com novas regras.
“O debate mostrou a diversidade de posições que temos no Sindicato Nacional e, mais uma vez, afirmou o quão democrático é o funcionamento do ANDES-SN. Ficamos três horas debatendo conjuntura, com várias posições apresentadas. E é dessa forma que acumulamos para, até o final do Conad, definir uma pauta e uma agenda para lutar contra os ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo”, afirmou a 1ª vice-presidente da regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, Juliana Fiúza.
Fonte: ANDES-SN |