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  05/12/2019


Investigações apontam casos de assédio no Ifam



 

 

Denúncias feitas pelo site “The Intercept Brasil” apontam que, desde 2013, ao menos 30 estudantes, entre 15 e 18 anos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) já acusaram professores da instituição de assédio sexual. Algumas denúncias foram levadas ao Conselho Tutelar, à polícia e ao Ministério Público estadual e federal, envolvendo 18 professores. Os relatos foram feitos em nove dos 16 campi do Estado.

 

De acordo com o Intercept, a maioria dos casos começou a vir à tona a partir de 2017, após serem realizadas campanhas de conscientização sobre assédio e abuso sexual em todos os campi do Ifam. Em combate ao assédio moral e sexual, a ADUA também lançou, em 2018, a campanha "Não é Não".


Até o momento, seis professores foram demitidos, um não teve o contrato temporário de trabalho renovado e outros 11 seguem dando aulas ou foram temporariamente afastados. Dois casos nem sequer foram oficialmente investigados pelo Ifam. Entre os professores demitidos, apenas um respondeu a processo criminal e acabou condenado ao pagamento de quatro salários-mínimos e a 485 horas de trabalho comunitário.

 

Denúncias negligenciadas


Uma professora, que preferiu não se identificar por medo de retaliação, declarou que o assédio era conhecido nos institutos, porém pouco combatidos e negligenciados. “O assédio às adolescentes sempre foi conhecido por todos do Ifam, mas combatido por poucos, devido à ideia equivocada de que são as meninas que seduzem e de que isso só acontece quando elas querem e permitem. A advogada de um dos professores chegou a argumentar que uma adolescente assediada não era ingênua nas coisas do sexo e que, hoje, é muito rara a inexperiência em moças de 16 anos, tanto na capital como no interior”, relatou.

 

Acusados seguem dando aula


Edvaldo Pereira Mota, da unidade de Manacapuru, embora tenha sido afastado por alguns meses após denúncias, atualmente ministra aulas. A lei dos servidores públicos recomenda o afastamento dos investigados durante o andamento de processos administrativos, no entanto, somente por 4 meses.


Conforme relatos de uma aluna, Edvaldo fazia um “rodízio com as alunas”. Ele começava a trocar mensagens tratando sobre os assuntos escolares, e após um tempo, o professor tentava marcar encontros, fazia perguntas de cunho sexual e pedia fotos sensuais.

 

Depois da denúncia contra Edvaldo, outros dois professores dos campi de Manacapuru também foram denunciados à direção do instituto, sendo eles Danniel Rocha Bevilaqua, da disciplina recursos pesqueiros, e Gilder Branches, de educação física. Danniel se mantém afastado por licença médica, no entanto, ele segue trabalhando nas pesquisas que desenvolve no laboratório do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa), enquanto Branches mnão está sendo investigado.

 

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Fonte: The Intercept Brasil com edição da ADUA-SSInd



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