Data: 11/05/2017
Manifestantes foram duramente reprimidos pela polícia e mais de 100 foram detidos
Mais de 250 mil pessoas foram às ruas no Chile, nessa terça-feira (9), em manifestação pelo fim do sistema de endividamento estudantil, de acordo com a Confederação de Estudantes do Chile (Confech). O ato exigia o fim do empréstimo com a garantia do Estado e do perdão das dívidas estudantis. Além de Santiago, onde o ato reuniu mais de 80 mil manifestantes, a mobilização ocorreu em diferentes cidades, como Valparaíso, Iquique, Puerto Montt, Valdivia e Concepcion. Esta é a segunda marcha nacional realizada este ano.
A marcha foi chamada pelos estudantes para exigir que as suas propostas sejam incorporadas na reforma do ensino superior que o governo pretende implementar e, também, exigir o fim da dívida através da eliminação de crédito garantido pelo Estado (CAE) e o perdão da dívida para inadimplentes, nos moldes que o governo aplicou para grandes empresas e bancos. De acordo com a Confech, há um milhão de estudantes chilenos em dívida, cuja soma supera 30 milhões de pesos.
O projeto da presidente Michelle Bachelet, que busca reformar o sistema educacional herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), propõe a eliminação do Crédito com Aval do Estado (CAE), mecanismo criado em 2005 para que estudante pudessem financiar sua educação através de empréstimos bancários garantidos pelo Estado chileno. No entanto, o plano não erradica as dívidas contraídas pelos estudantes. Isso fará com que os estudantes continuem pagando pelo ensino, alega a Confech.
A manifestação foi duramente reprimida pela polícia, que lançou jatos d’água com produtos químicos e gás lacrimogênio contra os estudantes. Segundo informações da imprensa local, mais de 100 manifestantes foram detidos.
*Com informações de Prensa Opal Chile e imagens de Deconcerte.s/Rival
Fonte: ANDES-SN |