Data: 23/03/2017
Os professores da educação básica, pré-universitária e universitária na Argentina realizaram, em unidade, uma paralisação de dois dias na terça e na quarta-feira (21 e 22), que culminou em uma grande marcha em defesa da educação pública e que levou mais de 400 mil pessoas às ruas de Buenos Aires, capital do país. Entre as reivindicações estão o aumento do orçamento da educação pública, reajuste salarial de 35% para combater as perdas inflacionárias e a aplicação plena do Acordo Coletivo de Trabalho.
A manifestação de quarta-feira caminhou pelas ruas da cidade portenha e terminou na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do poder Executivo, onde foram realizados protestos contra a política de ajuste fiscal do presidente e megaempresário Maurício Macri. Em declaração recente, Macri provocou a ira de professores da rede pública, ao afirmar que há uma grande diferença de nível entre os estudantes de escolas privadas e aqueles que “caem” nas escolas públicas.
Luis Tiscornia, secretário-geral da Conadu História, um dos sindicatos de docentes universitários, criticou a política de Macri em seu discurso na Praça de Maio. “Essa mobilização, e a paralisação de todos os níveis da educação, é uma homenagem às famílias de todos os argentinos que “caíram” em escolas e universidades públicas. A educação pública é a esperança dos mais humildes de progredir na vida. Por isso estamos aqui, unidos, defendendo a escola e a universidade pública, com a solidariedade de todos os trabalhadores”, afirmou o docente.
O ato marcou, ainda, a primeira vez, em anos, que todos os sindicatos de docentes universitários do país – onde não há unicidade sindical – atuaram de forma conjunta. Houve manifestações também no interior do país, com grande adesão em cidades como Tucumán, Neuquén e Córdoba. A Conadu Histórica convocou uma nova paralisação nas universidades e colégios pré-universitários, para os dias 28, 29 e 30 de março, com a mesma pauta de reivindicações.
Reinvindicações dos docentes de educação básica
A principal reivindicação dos docentes de educação básica, que, assim como no Brasil, também fica a cargo dos governos estaduais (provinciais), é a realização da “Paritária Nacional Docente”. Regulamentada por uma lei de 2007, a Paritária reúne na mesma mesa o governo federal, os governos provinciais e os sindicatos da educação, com representação proporcional à quantidade de sindicalizados.
Cabe a essa mesa fixar o piso salarial docente em todo o país. Além disso, a lei prevê que a mesa institucionalize um fundo financiado pelo governo federal para garantir que as províncias com menor poder financeiro possam pagar, também, o piso nacional.
Com informações e imagem de Agência CTA
Fonte: ANDES-SN |