Data: 06/02/2017
Recém-instalada, a Comissão de Consulta à Comunidade Universitária (Cccun) para escolha do Reitor e Vice-Reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), gestão 2017-2021, sofreu mais uma baixa: a saída dos representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam) da composição responsável por conduzir a consulta informal. Assim como a ADUA, a entidade representativa dos profissionais do ensino superior questiona a lisura do processo.
De acordo com a coordenadora-geral do Sintesam, Crizolda Araújo, a decisão foi tomada pela diretoria da entidade na última quinta (2) e comunicada oficialmente à Cccun nesta segunda-feira (6). “A Comissão não pode ter membro do Consuni [Conselho Universitário] porque é uma consulta informal. Nesse caso, o processo deveria ser conduzido pelas entidades”, disse a dirigente sindical.
Para Crizolda, o caso é de “conflito de interesse”. “O Consuni vai conduzir o processo e depois vai homologar o resultado? Vão fazer duplo trabalho?”, questiona a coordenadora-geral do Sintesam. A dirigente lamenta a mudança, pois o Sintesam, junto com as demais entidades, participa da organização dos processos de consulta há pelo menos duas décadas.
Com a saída oficializada pelo Sintesam, já são duas entidades representativas de categoria que saem da condução do processo de consulta, o que, na avaliação de Crizolda, deixa a composição incompleta. Mas, o Sindicato não vai ficar a parte do processo. “Vamos usar a prerrogativa da entidade para fiscalizar o processo”, alertou.
Ataque à democracia
Na terça (31), a ADUA manifestou repúdio à mudança na composição da comissão e à ingerência da gestão da universidade na condução do processo de consulta. Por meio de nota, a entidade “denuncia a forma como a Administração Superior da Universidade Federal do Amazonas feriu a autonomia e a democracia do processo de escolha de seus dirigentes ao constituir uma Comissão de Consulta à Comunidade Universitária com a participação de representantes do Consuni, quando a prática nas consultas anteriores era de delegar às entidades – ADUA, SINTESAM e DCE – a condução do processo”.
Para a ADUA, tal mudança se constitui um retrocesso e apresenta as justificativas. “Não aceitamos que o processo se dê dessa forma, principalmente, quando na primeira reunião oficial da Comissão é apresentado para aprovação um regimento e um calendário já prontos (instrumentos esses que deveriam ser de elaboração conjunta da própria Comissão) e além disso quem passa a presidir a comissão - sem haver sido eleita nessa primeira reunião – é uma aliada da administração atual”, diz outro trecho da nota.
Imagem: Sintesam
Fonte: ADUA |