Data: 27/01/16
Em plenária do segundo tema do 36º Congresso do ANDES-SN, realizada na noite desta quinta-feira (26), a ADUA obteve duas importantes vitórias para a defesa do trabalho docente e a construção da unidade na luta. Duas propostas de autoria do professor Josenildo Souza, do Instituto de Natureza e Cultura de Benjamin Constant, foram aprovadas pela ampla maioria dos votos: a intensificação do combate ao assédio moral e sexual e o reforço à luta contra a precarização do ensino público. Em sua fala, Souza denunciou o processo de contratação de professores voluntários nas universidades públicas do Amazonas.
“Considero esse tipo de voluntariado uma nova modalidade de trabalho escravo, ainda que a legislação interna da universidade autorize essa atividade. É necessário que o ANDES promova debates e reflexões sobre o tema, pois a prática está se ampliando. Em Benjamin Constant, por exemplo, nove profissionais atuam como voluntários”, argumentou Souza. As propostas de combate ao trabalho voluntário e assédio moral nas universidades foram inseridas como inclusão de itens no debate sobre o tema II da plenária (Políticas Sociais e Plano Geral de Lutas).
O aumento do quadro de voluntários pode ser constatado nos cursos de Administração, Economia e Direito da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Neste último, por exemplo, 14 dos 25 professores trabalham neste regime. Na opinião do professor Antônio Romero, da Escola de Ciências Sociais da UEA, esse arranjo visa atender a demanda de professores que não são convocados por meio de concursos públicos. “No ano passado, o governador José Melo chegou a propor abertura de edital para chamar professores voluntários, mas, felizmente, essa proposta foi barrada pelo nosso sindicato”, lembra.
Formação sindical
Outra proposta, elaborada pela delegação da ADUA, também registrou apoio da categoria: a realização, juntamente com as Seções Sindicais e Secretarias Regionais, de atividades de formação que contemplem os temas do Curso Nacional aprovado no 35º Congresso do ANDES-SN. “A política de formação sindical não deve se limitar ao curso oferecido anualmente pelo ANDES. A ideia é que daqui saiam orientações para que as associações docentes se inspirem a promover esses cursos mais frequentemente. Dessa forma, as seções sindicais poderão replicar a metodologia de formação do sindicato nacional”, explica professor Aldair Andrade, do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), em Humaitá.
No período da manhã e tarde desta sexta-feira (27), os docentes debaterão propostas incluídas no tema III (Plano de Luta dos Setores). O 36º Congresso do ANDES-SN ocorre até sábado (28).
Texto e Imagens: Daniel Amorim
*Enviado especial
Fonte: ADUA
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