O número de estudantes negros nas universidades públicas pela primeira vez ultrapassou o de brancos. É o que aponta a pesquisa "Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil", feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no dia 13 de novembro, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua).
O Instituto credita mudança na composição do alunado ao sistema de cotas raciais aplicadas nas universidades públicas. Em 2018, no Brasil, mais de 1,14 milhões de estudantes autodeclarados pretos e pardos ocupavam as vagas em instituições de ensino superior federais, estaduais e/ou municipais, enquanto os brancos ocupavam 1,05 milhões de vagas. O número equivale, respectivamente, a 50,3% e 48,2% dos mais de 2,19 milhões de brasileiros matriculados na rede pública. Se analisados em conjunto com os resultados do antigo questionário da Pnad, os dados mostram uma tendência crescente de ocupação de vagas por alunos negros.
Luanda Botelho, analista do IBGE, afirma que os números representam uma melhora significativa. “Temos uma trajetória de melhora. É resultado de um processo, da universalização do ensino fundamental, correção do fluxo escolar, adequação na série correta, redução do atraso, redução do abandono, somando com as políticas de acesso ao ensino superior, temos esse resultado final”, destacou.
O IBGE apontou também que nas universidades privadas, também houve aumento da presença de negros, em decorrência de programas como Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e o Programa Universidade para Todos (Prouni). Ainda em 2016, 43,2% das vagas nessas instituições eram ocupadas por negros e pardos. Dois anos depois, o número passou para 46,6%, equivalente a 2,93 milhões de estudantes.
Fonte: O Globo com edição da ADUA-SSind
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