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“É urgente debater a presença de mulheres na gestão, porque somente com a ocupação qualificada e comprometida desses espaços por mulheres, especialmente negras, indígenas, trans e com deficiência, poderemos transformar as estruturas que nos excluem”, afirmou a 2ª vice-presidente do ANDES-Sindicato Nacional, Letícia Nascimento, durante audiência pública sobre condições de acesso e de trabalho das mulheres na gestão da educação pública federal. O debate foi promovido pela Comissão de Administração e Serviço Público (Casp) da Câmara dos Deputados, no dia 5 de agosto.
Em sua participação, a 1ª vice-presidente do ANDES-SN, Caroline Lima, apresentou dados do Censo da Educação Superior e do IBGE para evidenciar desigualdades de gênero no acesso e permanência das mulheres na educação.
“Falar da nossa permanência nas instituições federais de ensino é falar da garantia da legislação. É falar que universidades, institutos federais e Cefets precisam entender que nós somos diversas, mas não estamos dispersas, como dizia Marielle Franco. Estamos organizadas e precisamos que essas instituições, que também são responsáveis por nós, respeitem nossa diversidade e nossa dinâmica, e que ainda tristemente temos uma tripla jornada de trabalho”, destacou Caroline.
A dirigente também ressaltou que o mundo do trabalho continua violento, pois estruturas patriarcais, machistas e misóginas se incomodam com a presença das mulheres no espaço público. Segundo ela, nas instituições federais de ensino ainda há descaso em relação ao enfrentamento do assédio moral, sexual e outras formas de violência.
Na ocasião, Caroline citou a pesquisa Violência contra as Mulheres na Universidade: uma Análise nas Instituições de Ensino Superior no Amazonas, coordenada pela professora e assistente social Milena Barroso. O estudo revelou que estudantes, técnicas e docentes, após sofrerem algum tipo de assédio, em sua maioria, preferem não registrar ocorrência formal por acreditarem que a denúncia não resultará em encaminhamentos.
Os resultados da pesquisa, divulgados em 2021 com apoio da ADUA, originaram a cartilha Universidade sem Violência: Um Direito das Mulheres (disponível aqui) e o livro Violência contra as Mulheres na Universidade (disponível aqui).
Além do ANDES-SN, também estiveram presentes na audiência representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE).

O debate foi solicitado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e está disponível no canal da TV Câmara, no YouTube.
Fontes: ADUA com informações de Agência Câmara de Notícias e ANDES-SN
Fotos: Eline Luz/ Ascom ANDES-SN
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