Data: 15/12/2016
Nesta quarta-feira (14) o Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN divulgou seu Comunicado nº 9, no qual faz uma análise dos vinte dias de greve contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/16 e a Reforma do Ensino Médio. O CNG avalia, após a aprovação da PEC no Congresso Nacional que é momento das 44 seções sindicais que estão paralisadas terminarem o movimento de greve na próxima segunda (19), e preparar-se para as futuras mobilizações contra a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista.
De acordo com o Comunicado nº 9 do CNG, a Greve Nacional Docente surgiu em meio à conjuntura de desacordo das centrais sindicais sobre a construção da Greve Geral, e, ao mesmo tempo, durante o crescimento das mobilizações estudantis – e também as deflagrações de greve da Fasubra e do Sinasefe – contra a Reforma do Ensino Médio e a PEC 55. O Comando também faz, no comunicado, uma avaliação da conjuntura brasileira, classificando a crise pela qual o país passa como uma crise do regime democrático burguês.
O CNG avalia que a greve tem grande importância, por se tratar de um movimento sem pauta corporativa, pelo caráter massivo das assembleias docentes em todo o país – com grande participação inclusive dos contrários à greve, pela mobilização de setores da categoria com pouca experiência sindical ou há tempos afastados do movimento, e pela associação da Greve Nacional Docente às lutas estudantis, o que lhe deu um caráter mais ativo que outras paralisações docentes.
Para ampliar a mobilização e intensificar as lutas contra os ataques que já estão anunciados para 2017, como a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, o CNG avaliou que é o momento de construir a saída unificada da Greve Nacional Docente. Assim, o Comunicado nº 9 indica às seções sindicais a saída unificada da greve na segunda (19), com a transformação dos Comandos Locais de Greve (CLGs) em Comandos de Mobilização, e manutenção dos espaços de mobilização conjunta com estudantes e técnico-administrativos.
André Cruz, docente da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e membro do CNG, avalia que a greve mobilizou uma parcela muito importante da comunidade acadêmica, que as assembleias de deflagração da greve foram cheias, e mesmo a disputa que houve, com votações apertadas, tem um lado positivo que é o de que parcelas que estavam afastadas no movimento sindical reconheceram as assembleias como espaços legítimos de deliberação e de representação.
“Outra conquista foi a articulação com estudantes e técnico-administrativos em várias instituições, com construção de comandos unificados. Temos uma pauta enxuta e que coesionou o movimento, o que ajudou a legitimar a greve. As instituições se esvaziaram menos do que em greves anteriores, viraram espaços de mobilização e discussão. Criamos uma interlocução com a sociedade, debatemos a PEC nas cidades”, completa o docente.
Sobre a saída unificada da greve, André a avalia como necessária já que a PEC 55, eixo central do movimento, foi aprovada no Congresso Nacional. “Temos a Reforma da Previdência no Congresso, será um embate de grande envergadura, e temos que nos preparar para isso. Nesse momento decidimos que é estratégico encerrar a greve e manter a mobilização. Por isso a saída unifica da greve, e a construção de um estado de mobilização permanente”, conclui o representante da Unila no CNG.
Fonte: CNG/ ANDES-SN |