
Mais de 5 mil mulheres indígenas ocuparam, na quinta-feira (7), as ruas de Brasília (DF) na manifestação que encerrou a IV Marcha das Mulheres Indígenas e a I Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, com o tema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”. A marcha reuniu mulheres de mais de 100 povos indígenas do Brasil e de outros países da América Latina. O ANDES-SN, ao lado de outras organizações sindicais, sociais e ambientais, participou da mobilização.
Com palavras de ordem como “Veta Lula!” e “Educação é um direito, mas tem que ser do nosso jeito”, as mulheres marcharam do Eixo Cultural Ibero-Americano rumo ao Congresso Nacional. A mobilização cobrou o veto presidencial total ao PL da Devastação (Projeto de Lei nº 2159/21), a demarcação de terras, a educação com respeito à cultura e aos saberes dos povos, o fim da violência contra as mulheres indígenas e os seus povos, a justiça climática e o reconhecimento da sabedoria ancestral das mulheres indígenas.

Seguindo uma resolução congressual, o ANDES-SN participou da marcha, apoiou financeiramente algumas delegações e realizou doação de materiais de higiene pessoal, roupas, cobertores, entre outros materiais, para apoiar a estrutura do acampamento. A 1ª vice-presidente da regional Planalto do ANDES-SN, Lívia Gomes dos Santos, destacou que o pedido do veto ao PL da Devastação, aprovado em julho na Câmara dos Deputados.
A diretora afirmou que a força das mulheres indígenas, a ancestralidade e a luta pelo futuro foram expressas na marcha. “Foi um potente movimento conduzido por mulheres indígenas e com a participação de várias crianças, lutando pelo direito de existência, pela preservação dos diferentes biomas e pelos direitos dos povos indígenas. A participação do ANDES-SN na marcha é uma das expressões da unificação das lutas anticapitalistas e a necessidade de ações contra o colapso socioambiental, que foi inclusive o tema de nosso último Conad”, disse.
Conferência
Esta edição da Marcha teve um marco histórico: a realização da I Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. A mobilização ocorre de 02 até 08 de agosto e reúne lideranças de povos originários de diversas regiões do país. “Nosso corpo é território! Somos as guardiãs do planeta pela cura da terra!” é o que afirma a Carta Pela Vida e Pelos Corpos-Territórios lançada na noite de quarta-feira (06), durante o encerramento da Conferência.
O documento é resultado das 49 propostas priorizadas, após as discussões realizadas no evento e durante as sete etapas regionais preparatórias. Publicadas no caderno de resoluções da conferência, as propostas se dividem em cinco eixos temáticos: Direito e Gestão Territorial; Emergência Climática, Políticas Públicas e Violência de Gênero; Saúde; e Educação e a Transmissão de Saberes Ancestrais para o Bem Viver.
O material servirá de base para a criação da Política Nacional para Mulheres Indígenas. Também foi anunciada, durante a Conferência, a Portaria que estabelece um Grupo de Trabalho autônomo, interministerial e colaborativo, responsável pela elaboração da minuta dessa política.
Fonte: com informações do ANDES-SN e edição da ADUA
Fotos: Eline Luz/ANDES-SN
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