Foto: Sue Anne Cursino/ Ascom ADUA

Docentes aprovam São Luís (MA) como sede do 69º Conad do ANDES-SN
Sue Anne Cursino
Na plenária do Tema III - Questões Organizativas e Financeiras do Sindicato Nacional, no último dia do 68º Conad, foram aprovadas a Prestação de Contas do Exercício de 2024 e a Previsão Orçamentária para 2026, e a indicação da cidade de São Luís (MA) como sede do 69º Conad do ANDES-SN, sob organização da Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão (APRUMA – Seção Sindical).
Com a tarefa de dar continuidade ao trabalho de resgate da memória e de enfrentamento às violações do período da ditadura empresarial-militar, também foi feita a recomposição da Comissão da Verdade do Sindicato, sendo constituída por Maria Ceci Misoczky, Joana D’Arc Ferraz, Cláudio Ribeiro, Gilberto Calil e Júlio Espanhol.
No debate sobre os critérios de rateio para Congressos e Conads, ficou decidido que será realizado um estudo para avaliar possíveis mudanças na forma como as seções sindicais contribuem para a divisão de custos, buscando fortalecer a presença das seções da Amazônia nos espaços de debate e deliberação do Sindicato Nacional.
Não foi aprovada a proposta de realizar o Conad ordinário exclusivamente em Brasília, assim como foi retirada a sugestão de adotar tecnologias híbridas nas reuniões dos Grupos de Trabalho e encontros temáticos do Sindicato. Entre os eventos aprovados, estão um seminário sobre questões administrativas e financeiras, previsto para ocorrer no segundo semestre de 2025, e a organização de um seminário sobre organização sindical, sob responsabilidade do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPFS), a ser realizado no primeiro semestre de 2026.
O professor Raimundo Nonato da Silva, delegado da ADUA no 68º Conad, ressaltou que o encontro docente cumpriu o objetivo de promover debates e propor encaminhamentos que fortalecem o posicionamento do ANDES-SN diante do cenário atual.
“As pautas políticas, como o marco temporal, a questão da moradia, os temas econômicos, as questões étnico-raciais, a atuação dos movimentos sociais e a defesa da universidade são constantemente analisadas, o que contribui para definir as estratégias políticas do sindicato. Esse debate ocorre em um momento crucial, no qual os direitos dos trabalhadores estão sob ataque, por isso o que importa, neste contexto, é estarmos preparados para grandes embates de ideias, propostas e mobilizações. E o ANDES-SN e ADUA permanecem atentos”.
“Povo negro unido, Povo negro forte”
O silêncio no auditório Rio Amazonas foi rompido pelo som do tambor e pelos passos firmes de docentes negras e negros que realizaram uma manifestação antes do início da Plenária do Tema III. Com cartazes nas mãos e fitas cobrindo as bocas, que em seguida foram retiradas, o grupo bradou: “basta!”
Foto: Eline Luz/ ANDES-SN

Coletivo realizou manifestação em defesa do povo negro
“Reafirmamos que a luta antirracista é indissociável da luta anticapitalista. Não há enfrentamento real ao colapso socioambiental sem a centralidade do combate ao racismo ambiental, pois é o povo negro quem primeiro sente os efeitos da destruição do planeta”, enfatiza um trecho do Manifesto do Coletivo de Negras e Negros do ANDES-SN lido durante a intervenção.
Atualmente, mais de 200 docentes negras e negros integram o coletivo nacional. O manifesto foi encerrado com o mote “Povo negro unido, Povo negro forte” e um chamado à unidade e à luta coletiva. “Seguimos resistindo com coragem, com solidariedade, com memória e com luta. E seguimos construindo e contando com o ANDES-SN, pois quem tem sindicato não anda só”.
Militância amazônica
Antecedendo a plenária, docentes da ADUA e da Regional Norte I realizaram a intervenção “Sinfonia materialista das sapinhas e dos sapinhos, com caráter classista, anticapitalista, antirracista e antifascista”.
Foto: Sue Anne Cursino/ Ascom ADUA

Docentes da ADUA integraram intervenção “Sinfonia materialista”
A performance destacou a alegria do Norte ser a sede do Conad. “Nos sentimos muito bem com a presença de vocês, de todas as regionais que compõem o ANDES-SN, que para nós é a universidade nacional da militância. Continuamos na luta, sem nenhum passo atrás”, disse o 2º vice-presidente da ADUA, José Alcimar de Oliveira, destacando, ao som da percussão de sapos confeccionados em madeira, que “no Amazonas, não é só a lagoa que é dos sapinhos e das sapinhas, mas também os igapós, os igarapés, os furos, o Solimões e o Negro”.
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