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  05/08/2025


Luta docente: ADUA realiza Conselho do ANDES-SN pela primeira vez em Manaus



Foto: Daisy Melo/Ascom ADUA

Presidente da Seção Sindical falou sobre a importância do evento ocorrer na região

 

 

Daisy Melo

 

A ADUA realizou pela primeira vez, de 11 a 13 de julho deste ano, um Conselho do ANDES-SN em Manaus. A 68ª edição do Conad ocorreu no auditório Rio Amazonas e nas salas da Faculdade de Estudos Sociais (FES) no Setor Norte do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Com tema central “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”, o encontro reuniu 352 pessoas, atualizou os Planos de Lutas Geral e Setoriais da categoria e aprovou as prestações de contas da entidade.

 

Entre os(as) participantes do segundo maior evento deliberativo do ANDES-SN esteve a delegação da ADUA composta pelo delegado Raimundo Nonato Silva (IFCHS) e pelos(as) observadores(as) Maria Audirene Cordeiro (ICSEZ), Antonio José Vale da Costa (FIC), Iolete Ribeiro (Fapsi), Kátia Vallina (IFCHS), Maria Anete Rubim (FCA), Aldair Andrade (IFCHS), Maria Rosária do Carmo (ICE), Jorge Barros (FES); Anderson Litaiff (FES), Suelen Marques (FT), Ericleia Coelho (IEAA) e Max Pinheiro (INC).

 

Posse da Diretoria

 

A nova Diretoria do ANDES-SN (2025-2027) tomou posse durante o 68º Conad. No discurso de encerramento, o agora ex-presidente, Gustavo Seferian, lembrou a conjuntura nacional e internacional no biênio de sua gestão. “Enfrentamos uma conjuntura duríssima, tempos marcados pela consigna da morte, do genocídio, da destruição das perspectivas de vidas, que vão da Ucrânia, da Palestina, aos nossos territórios militarizados no Brasil, da promoção do assassinato da juventude negra, dos povos indígenas, de quilombolas, que se veem marcados pelo colapso ambiental que atenta contra o nosso futuro, e pela desagregação no seio da nossa própria classe”, disse.

 

Foto: Daisy Melo/Ascom ADUA

Seferian passou o cargo de presidente a Cláudio

 

O enfretamento ao fascismo, a luta contra o discurso de “uma saída única” da coalizão de classe e a realização da Greve da Educação Federal de 2024 foram destacados por Seferian. “O ANDES-SN pôde seguir tendo em conta os princípios fundamentais de autonomia e independência de classe. A possibilidade de embate duros promovidos pelas companheiras e pelos companheiros da nossa base em diversas mobilizações grevistas é sinal do quanto que a nossa aposta para enfrentar o neofascismo, a extrema direita e a conciliação de classe não passa pela aposta em instituições burguesas falidas, senão pela mobilização da base”. 

 

O crescimento da filiação ao ANDES-SN também foi destacado pelo presidente do Sindicato Nacional em seu discurso de encerramento. “O ANDES-SN cresceu em número de sindicalizados e sindicalizadas, não apenas do colégio eleitoral com a retomada da ADUSFCar e da ADUFC, mas sobretudo nas seções sindicais que promoveram mais lutas, transpondo barreiras e revertendo quadros de declínio da sindicalização”. O aumento da filiação, segundo Gustavo, traspôs fatores como a “uberização” do trabalho, terceirização e desmonte das condições de existência da classe trabalhadora. 

 

Após o discurso, Gustavo entregou o relatório de atividades ao presidente eleito Cláudio Mendonça que assinou o ato de posse – seguido pela secretária-geral, Fernanda Maria Vieira, o 1º tesoureiro, Sérgio Barroso, e os(as) demais diretoras(es) eleitos(as) – e realizou seu discurso inaugural. “A luta política é construção de afetos, de amizade e fraternidade, que são construídos na diferença. Nós, camaradas, sonhamos com um mundo onde não há opressão e exploração, que não exista um sistema que prioriza o lucro em detrimento da vida de crianças, jovens, mulheres e homens. Com muita disposição e ânimo, vamos enfrentar correntezas e tsunamis que porventura possam surgir”, declarou.

 

O docente que estará à frente do sindicato de 2025 a 2027 relembrou ainda sua trajetória na docência e militância como base do Sinasefe e do ANDES-SN. “Assim que entrei na UFMA imediatamente me filiei a esse sindicato que tem uma referência enorme para mim, desde antes do movimento estudantil secundarista. Quando meus pais foram ocupantes de terra, professores que construíam a Apruma [Seção Sindical] estavam ali nas ocupações urbanas que sacudiam São Luís na década de 1980”. Parafraseando intelectuais, o novo presidente destacou em seu discurso inaugural que “não há outra saída senão evocar a plenos pulmões a utopia concreta de [Ernst] Bloch de atravessar o mar agitado da história como alude [Vladimir] Maiakóvski. A esperança, ao contrário do medo, não pode ser nunca uma emoção passiva, exige movimento, gente em ação”, afirmou Cláudio. 

 

Mesa de abertura

 

A mesa de abertura trouxe ao 68º Conad entidades convidadas, além do triunvirato da gestão 2023-2025 do ANDES-SN, Gustavo Seferian, Fran Rebelatto e Jennifer Webb, e da 1ª vice-presidente da Regional Norte 1 e presidente da ADUA, Ana Lúcia Gomes. “Trazer esse encontro para cá foi trabalhoso, mas, ao mesmo tempo, é bom trazer os e as colegas para a nossa região, para nossa universidade. É muito importante que o ANDES-SN esteja onde os professores e as professoras estão. Nós temos que conhecer o Brasil e não só as capitais, temos que conhecer a realidade das unidades fora das sedes”, destacou.

 

Entre os(as) representantes das entidades convidadas esteve Clarice Gama Tukano, da Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), que destacou a importância da temática central do Conad e o papel da universidade diante do atual cenário de colapso ambiental.

 

“A Amazônia é um território assediado diariamente pelos grandes capitalistas que têm megaprojetos de mineração, hidrelétricas, condomínios, deixando os animais e os olhos d’agua à mercê da poluição. Vocês como professores da Universidade devem repensar o sistema educacional brasileiro, o que estão debatendo dentro da sala de aula. Será se estão preocupados apenas em cumprir a carga horária para repassar o pensamento capitalista para os alunos? Está na hora de reflorestar mentes colonizadoras”, frisou.

 

Presente também na mesa de abertura, a presidente eleita do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado Amazonas (Sind-UEA), Mônica Xavier, destacou a recente e aguerrida conquista da rearticulação da entidade. “Foi difícil essa retomada e foi uma política tanto do ANDES-SN quanto da Regional Norte 1. Em todo lugar que uma seção sindical, um movimento estudantil ou um movimento popular esteja desorganizado, é necessário que nós envidemos esforços para essa reorganização”. Para a nova gestão, a docente destacou os próximos desafios. “São enormes, tanto do ponto de vista internacional, com o genocídio do povo da Palestina, em que devemos exigir que o governo encerre relações comerciais com Israel, e do ponto de vista nacional, como o sucateamento da educação e cortes de verbas”, disse Mônica Xavier.

 

Também estiveram presentes como representantes das entidades convidadas da mesa de abertura Eliseane Lima, do Sinasefe/AM; Ronaldo Bastos, do Sintesam; Tanara Lauschner, reitora da Ufam; Júlio César, do MLTI; Gleice Oliveira, do Fórum das Águas; Júlia Cacho, da Fenet; e Keilah Fonseca, da Associação Crioulas do Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito.

 

Revista e enquete

 

O primeiro dia do Conad em Manaus também foi marcado pelo lançamento do número 76 da Revista Universidade & Sociedade (U&S). Com o tema central “As lutas anticapitalistas no contexto da COP 30: em defesa da vida, da Amazônia e dos povos originários / tradicionais”, a revista traz dez artigos, que têm entre os temas abordados o saque aos povos amazônicos desde a Ditadura Empresarial-Militar até os atuais projetos de petróleo e gás na foz do rio Amazonas; a ocupação indígena no prédio da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc/PA) em 2025, e o racismo nas universidades. O material contém ainda artigos internacionais e encerra com o “Cordel da Perseverança Docente”, do docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Paulo Rubem, e sessão fotográfica retratando as lutas indígenas e por justiça climática, inclusive com imagens de manifestações que a ADUA participou e outras seções sindicais.

 

Foto: Daisy Melo/Ascom ADUA

Durante o Conad, foi lançado número 76 da U&S

 

Participaram da apresentação da U&S durante a mesa de abertura, as integrantes da Comissão Editorial Jennifer Webb, Annie Hsiou e Letícia Nascimento. “A revista foi trabalhada com cuidado e muita responsabilidade acadêmica e política, porque a gente entende que a Universidade e Sociedade é um instrumento de socialização das nossas produções em prol da nossa luta”, comentou Jennifer. A diretora finalizou convidando os(as) docentes a submeterem artigos para os próximos números da publicação que é lançada semestralmente nos eventos deliberativos do ANDES-SN. 

 

Durante o Conad também foi realizada a apresentação do relatório preliminar da segunda etapa da enquete nacional do ANDES-SN “Condições de trabalho e saúde das(os) docentes que atuam nas universidades públicas, institutos federais e Cefets”. A segunda fase do levantamento alcançou 5.784 docentes de 144 instituições de ensino. Da ADUA participaram 107 professores(as): 99 ativos(as) e oito aposentados(as). O resultado final será enviado em breve para as seções pelo ANDES-SN por meio de circular. A primeira etapa da enquete foi realizada em 2023 e abrangeu 1.874 docentes de 11 instituições.

 

Foto: Sue Anne Cursino/Ascom ADUA

Relatório parcial da enquete sobre saúde e trabalho foi apresentado

 

“A segunda fase foi realizada entre 2024 e 2025, finalizada com a equipe técnica junto ao GTSSA [Grupo de Trabalho de Saúde e Seguridade Social]. Nós tivemos uma importante participação da categoria, entre filiados e não filiados. Essa pesquisa teve a preocupação de atingir também os não sindicalizados e sindicalizadas. A segunda etapa contou também com a participação de aposentados e aposentadas, e teve como inspiração metodológica a enquete operária de [Karl] Marx, um instrumento pensado no século 19, mas atual”, explicou a professora Amanda Moreira, que apresentou os resultados durante a Plenária de Abertura do 68° Conad ao lado dos professores Pedro Costa, Gilberto Calil e Josevaldo Cunha.

 

O levantamento realizado pelo ANDES-SN traça um diagnóstico das condições de trabalho e saúde da categoria. “Levantamos os dados para promover uma autorreflexão com os trabalhadores e as trabalhadoras e contribuir para os processos de mobilização e resistência. Afinal, só transformamos a realidade que compreendemos a fundo, e a pesquisa tem esse objetivo”, explicou Amanda. A pesquisa traça também um perfil docente sobre as condições estruturais da universidade e as condições salariais e tempo de trabalho. “Nós temos discutido a escala de trabalho seis por um, enquanto a pesquisa tem demonstrado que os docentes estão na escala sete por zero, trabalhando fim de semana, feriado, por demanda e por tarefa, e não por jornada contratual. A pesquisa indica um avanço na precarização e intensificação do trabalho, demonstrando como o trabalho remoto e as plataformas têm agudizando essa precarização”, destacou.

 



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