.jpg)
Movimentos e organizações populares, sociais e artístico-culturais de Parintins (AM) uniram-se para protestar contra o PL da Devastação (Projeto de Lei n° 2.159/2021) e pedir o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A manifestação ocorreu no sábado (2), na Praça da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, e contou com a participação da ADUA e de docentes do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (ICSEZ/Ufam). A programação inclui ainda distribuição de mudas de plantas, teatro, dança e a participação dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso.
“A ADUA esteve envolvida na organização do ato que mais do que um grito foi um chamado de atenção à população parintinense para denunciar o ataque vil ao direito dos povos das florestas e das águas cometido por uma bancada ecocida que está no Congresso Nacional. De fato são inimigos do povo e tem sistematicamente atentado contra a legislação ambiental, que já se mostra impotente frente a tantos desastres ambientais, mas que pode se tornar completamente inoperante a novas investidas do capital nos biomas”, comentou a professora do ICSEZ/Ufam e 1ª secretária da ADUA, Valmiene Florindo.
Para a docente, a mobilização foi marcada pela participação plural de pessoas, coletivos e movimentos que foram dizer “não” ao PL da Devastação, o que demostrou não somente a indignação, mas também a força das ruas que enfrentará tais ataques. Durante o ato, foi assinada pelos(as) manifestantes e lançada uma Moção de Repúdio aos deputados federais do Amazonas favoráveis à aprovação do projeto de lei. Votaram “sim”, Adail Filho (Republicanos), Silas Câmara (Republicanos); Capitão Alberto Neto (PL), Fausto Santos Jr. (União), Sidney Leite (PSD) e Átila Lins (PSD).
.jpg)
O ato também alertou a sociedade parintinense sobre os graves problemas ambientais, sociais e econômicos que a aprovação do PL causará à sociobiodiversidade e aos biomas. “É um dos maiores retrocessos ambientais dos últimos 40 anos que enfraquece todo um processo sério de proteção e cuidado ambiental historicamente construído. Não podemos silenciar, é nossa vida que está em risco”, alertou a organização na convocatória da manifestação.
“O ato realizado foi um momento ímpar na vida das militâncias de Parintins. Foi uma provocação, um despertar de consciências para que o povo entenda que é na união dos diversos que a gente constrói, refaz a história. E o ato foi um portal que se abriu dentro dessa possibilidade para fazer diálogo com os elementais, para a gente elevar a voz e dizer: ‘a nossa luta é todo dia. Mãe Terra não é mercadoria!’”, disse a coordenadora da Teia de Educação Socioambiental e Interação em Agrofloresta e professora, Fátima Guedes. Ela ressaltou ainda que a manifestação veio ao encontro do apelo do mundo, em defesa do bem viver universal.
.jpg)
Apoiaram e participaram da mobilização: ADUA, ANDES-SN, Teia de Educação Socioambiental e Interação em Agrofloresta (TEIA); Associação do Movimento de Mulheres da Amazônia (Mani); Movimento Marcha Mundial das Mulheres; Movimento Renovar Nosso Mundo; União das Mulheres de Parintins (UMPIN); Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire (Fopinecaf); Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé; Associação de Mulheres Vitória-Régia de Parintins (AMVRPA); Portal Floriano Lins; Rally Ambiental Parintins; Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde (ANEPS); Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão Trabalho, Saúde e Serviço Social da Ufam (Neptrass); Grupo Ajuri; Associação de Desenvolvimento Agrário e Comunitário da Gleba de Vila Amazônia (A-COAGVA) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
Esse foi o segundo ato realizado pelos movimentos de Parintins pelo veto contra o PL da Devastação. O primeiro foi realizado no dia 19 de julho, na Praça Tsukasa Uetsuka, a Praça dos Japoneses. Na ocasião, as(os) participantes assinaram uma carta enviada ao grupo de trabalho que acompanha as mobilizações no país e encaminhará o pedido oficial do veto presidencial. Durante a atividade também foram distribuídos panfletos intitulados “Quem hoje é vivo corre perigo”, além de mudas de plantas e sementes. Leia mais aqui.

Fonte: ADUA
Fotos: ICSEZ/UFAM e Garantido/Divulgação
|