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‘Ocupa Manaus contra a PEC 55’ reúne mais de 500 manifestantes em frente ao HUGV



Data: 25/11/2016

Mais de 500 representantes de entidades sindicais, estudantis, movimentos sociais e sociedade civil organizada participaram, nesta sexta-feira (25), do ato público “Ocupa Manaus contra a PEC 55” promovido pela Frente de Lutas “Fora Temer”. A manifestação, contra a Proposta de Emenda à Constituição, que limita por 20 anos os gastos primários, iniciou na Boulevard Álvaro Maia e seguiu em caminhada até o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), onde ocorria a inauguração da unidade hospitalar inacabada, privatizada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em 2013.

Com palavras de ordem, cartazes e música os manifestantes e entidades ocuparam de forma pacífica a fachada do HUGV para que o representante do governo federal e Secretário de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação, Rossieli Soares pudesse ver o descontentamento do povo amazonense com as medidas orquestradas pelo governo Temer e que retiram direitos da população, principalmente da Saúde e da Educação.

Composta por 26 entidades, a Frente de Lutas “Fora Temer”, que pela segunda vez se manifestou contra a PEC 55, a Medida Provisória (MP) 746/2016 – que trata da reforma do Ensino Médio –, e o Projeto de Lei (PLS 193/2016), que institui o programa “Escola Sem Partido”, mais conhecido como Lei da Mordaça, elencou ao longo de todas as falas os riscos que os trabalhadores brasileiros e estudantes correm caso essas medidas sejam aprovadas.

Para a presidente da ADUA, professora Guilhermina Terra, a participação da entidade neste Dia Nacional de Lutas, Greves, Paralisações e Protestos reforça o entendimento de que a classe trabalhadora precisa se unir para dizer não a todas as manobras que os governos, federal, estadual e municipal estão tentando “jogar” para prejudicar a população brasileira.

“Por isso, o objetivo deste ato é especificamente protestar contra a PEC 55 (antiga PEC 241) que visa congelar, por 20 anos, os investimentos nos setores mais importantes da sociedade, como Saúde, Educação, Segurança Pública, moradia e transporte público. Se a PEC for aprovada, a cada ano que passa o investimento será menor fazendo com que Brasil seja um país precarizado. A afirmação de que com a aprovação da PEC 55 o Brasil será um país financeiramente estável não é verdadeira, na realidade será o processo inverso”, afirmou Terra.

Apesar do protesto contar com a presença de docentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da reitora Márcia Perales ter manifestado, em entrevista à reportagem da ADUA, preocupação em relação a possível aprovação da ‘PEC da Maldade’, Perales, que participava da inauguração do órgão suplementar da Ufam, não liberou a entrada dos manifestantes na solenidade. Questionada sobre como a instituição encara o protesto, ela afirmou: “Num espaço democrático isso é possível. A gente lamenta porque nós poderíamos estar juntos, inaugurando um espaço que todos vão utilizar”.

Sobre a PEC da Maldade, Perales foi incisiva. “Eu vejo a PEC 55 com muita preocupação. Nós apresentamos ao Conselho de Ensino e Pesquisa uma nota aprovada e divulgada em que manifestamos a nossa preocupação de que isso pode ter consequências imprevisíveis, porque a Saúde e a Educação estão num processo em que necessitam de investimento permanente e crescente. Nós solicitamos que o ministro junto com sua equipe e o presidente pudessem reavaliar esse processo e discutir um pouco melhor. Não há o dado de quanto deve ser o impacto dessa PEC na Ufam, mas só o fato de se ter num ano o orçamento do exercício anterior com o acréscimo apenas da inflação, para nós pode significar ausência de investimento, e a educação é um espaço que tem uma demanda reprimida imensa”, ressaltou Perales.

Mesmo diante do caráter pacífico do ato, o forte aparato da Polícia Militar que acompanhou a mobilização desde o início, chamou a atenção dos manifestantes, por vezes hostilizados pelos policias. O ápice da truculência policial, porém, ocorreu quando uma convidada do evento foi impedida pelos militares de acessar o prédio.

Em outro momento, uma manifestante identificada como Angélica Pires chegou a ter um corte no supercílio durante uma ação policial e precisou ser atendida no ambulatório Araújo Lima, ao lado do HUGV.

Fonte: ADUA



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