Data: 11/11/2016
As Praças Heliodoro Balbi e do Congresso, no centro de Manaus, foram palco de um verdadeiro “arrastão” da mobilização, nesta sexta-feira (11), data estabelecida pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) como o Dia Nacional de Luta e Paralisação. Uma multidão, formada por aproximadamente duas mil pessoas, foi às ruas protestar contra o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 55 (antiga PEC 241), que pretende congelar por 20 anos os investimentos em Educação, Saúde e Assistência Social.
Juntos com representantes de entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais, eles fizeram “coro” contra o Projeto de Lei (PLS 193/2016), mais conhecido como Lei da Mordaça, e a contrarreforma do Ensino médio, expressa na Medida Provisória (MP) 746/2016, além de outras medidas do pacote de maldade do governo que retiram direitos dos trabalhadores e estudantes brasileiros.
Empunhando cartazes, entoando gritos de ordem e embalados ao som do grupo de Maracatu “Pedra Encantada”, integrado por discentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), os docentes, estudantes, técnico-administrativos em Educação (TAE) e demais manifestantes alertaram, a quem transitava pelo local, sobre os impactos das medidas orquestradas no governo de Michel Temer e nos governos estadual e municipal, no que se refere à Educação e os demais setores.
De acordo com 2º Vice-presidente da ADUA, Welton Oda, a manifestação desta sexta-feira integra o processo de construção da Greve Geral que deve ser intensificado no final deste mês e que pode caminhar para a construção de uma greve da categoria docente. “O dia 11 está sendo um termômetro. Ainda temos alguns setores que não estão conosco, mas certamente vão entrar e a perspectiva é termos uma ampliação desse movimento até o final de novembro”, frisou.
Professor do Departamento de Filosofia da Ufam, José Belizario Neto chamou a atenção para a grande falácia existente, hoje, por parte do governo federal que, por um lado afirma ser necessário enxugar a máquina pública, retirando recursos de diversos setores, ao mesmo tempo em que mantém juros e amortizações da Dívida Pública. “Para se ter uma ideia, o último repasse do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação foi de 3%, enquanto que para o juros e amortização da dívida foram destinados 50% do orçamento da União. O sistema da Dívida Pública é nada mais que um sistema de corrupção”, criticou.
Coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), cujos trabalhadores estão em greve desde o último dia 31, Crizolda Araújo destacou que os TAEs têm a PEC 55 (antiga PEC 241) inclusa nas pautas do movimento grevista, que já se estende a 46 universidades brasileiras. “Nossa pauta é a PEC também porque ela trará o congelamento de salários na Educação, na Saúde e na Segurança, além de impedir a realização de novos concursos públicos”, afirmou.
Iniciada na Praça Heliodoro Balbi, mais conhecida como Praça da Polícia, a mobilização do Dia Nacional de Luta e Paralisação em Manaus encerrou na Praça do Congresso, após os manifestantes passarem em caminhada pelas principais ruas do Centro da capital. No local, os participantes foram convocados a fortalecer a ocupação nas universidades públicas na cidade, como já ocorre no resto do país, com pelo menos 185 universidades ocupadas.
Fonte: ADUA |