Data: 10/11/2016
Com o grito de ordem “Ufam Ocupada”, aplausos e dança ao som de Maracatu, a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aderiu à mobilização “Ocupa Ufam Por Uma Hora”, atividade promovida por representantes dos três segmentos, nesta quinta-feira (10), no hall da cantina do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL). A atividade, já realizada nos turnos da manhã e da tarde, vai ocorrer também nesta noite, às 20h, no mesmo local de concentração. A mobilização é uma ação preparatória para a paralisação marcada para esta sexta (11).
Os técnico-administrativos, que estão em greve desde o último dia 31 e realizavam uma Assembleia no hall do ICHL, também aderiram ao movimento destinado ao combate as medidas do governo federal, como a PEC 55 (antiga PEC 241), a contrarreforma do Ensino Médio, expressa na Medida Provisória (MP) 746/2016, e o Projeto de Lei (PLS 193/2016) “Escola Sem Partido”, mais conhecido como Lei da Mordaça.
Falas sobre o impacto dos ataques orquestrados pelo governo, leitura de poesias e informes sobre a existência de pelo menos 185 universidades ocupadas estiveram entre as informações repassadas para os presentes, durante as duas etapas do “Ocupa Ufam Por Uma Hora”.
Presente na atividade, o professor do Departamento de Filosofia da Ufam José Belizario Neto destacou a importância de mobilizações como a de hoje, levando em conta a crise vivenciada pelo Brasil, oriunda da atuação de um presidente constitucionalista que age de maneira inconstitucional. “Isso é um grande paradoxo. A PEC 241 retira direitos sociais dos trabalhadores, da segurança e da educação para realizar um grande sonho de Fernando Henrique Cardoso, na década de 80, que é de sucatear a educação pública e privatizá-la”, alertou o docente.
Membro da Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre (Anel), a estudante do curso de Direito da Ufam Débora Massulo ressaltou a necessidade de os estudantes locais seguirem o exemplo dos secundaristas, que mantêm escolas ocupadas em pelo menos 21 estados como forma de protesto à medida provisória que trata da reforma do ensino médio e à PEC 241.
“Amanhã nós estaremos nos somando a diversas categorias para dar um recado unificado para o governo de que não vamos aceitar esses ataques. Em nível nacional, os estudantes secundaristas estão tomando a frente dessa luta, inclusive dizendo para o governo que as escolas são deles. Tomar esse exemplo e trazer para cá essa luta é muito importante”, destacou Massulo.
“Fora Temer”
Na sexta-feira (11), data estabelecida pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) como o Dia Nacional de Luta e Paralisação, integrantes da frente de lutas “Fora Temer” vão distribuir panfletos na Praça da Polícia, Centro de Manaus. O ato começa às 8h.
A programação encerra às 18h, com o Camping Cultural II “Ocupa Ufam”, com shows de bandas locais e intervenções contra o governo Temer. A paralisação marcada para a próxima sexta-feira foi acatada pela maioria dos professores em Assembleia Geral realizada no dia 27 de outubro.
Fonte: ADUA |