A população brasileira em sua maioria é composta de mulheres, no entanto, sua representatividade em várias carreiras profissionais, incluindo a científica, é muito baixa. Mesmo que elas sejam maioria na concessão de bolsas de graduação e pós-graduação, ao longo da carreira acadêmica a presença feminina vai diminuindo. Causas como o machismo, a maternidade, o cuidado com membros mais idosos da família, a falta de políticas que acabem com o assédio dentro da universidade, são responsáveis pelo afastamento das mulheres da ciência e consequentemente sua baixa produtividade no ambiente acadêmico e profissional.
Em entrevista ao jornal Universidade de São Paulo (USP), a docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e diretora da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Márcia Barbosa, explicou como a sociedade transmite às crianças a ideia de que as mulheres não têm habilidades suficientes para ocupar cargos de liderança. “A sociedade monta essa ideia de que mulher não é líder, mulher não é inteligente, mulher é esforçada. E esforçada é só parte do grupo inteiro, ela não é a pessoa protagonista do grupo. Aí, em cargos que precisam de protagonismo, a mulher não é enxergada como protagonista”, afirmou.
Márcia destacou que a luta contra o assédio é uma importante medida a ser feita para ajudar em melhorias. “É uma questão dura, muito difícil, mas nós temos que eliminar o assédio dentro das nossas instituições e temos que criar mecanismos para acabar com isso. De nada vai adiantar nós estimularmos as meninas para depois elas entrarem em um ambiente que vai tratá-las mal e assediá-las de todas as formas”, ressaltou.
Fonte: jornal da USP com edição da ADUA-SSind
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