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Mais de mil escolas estão ocupadas por estudantes em 19 estados e no DF



Data: 27/10/2016

Estudantes ocupam escolas e universidades no Distrito Federal e em 19 estados do país, em protesto contra a reforma do ensino médio e também contra a PEC que determina um teto para os gastos públicos. Esse movimento estudantil pode alterar locais de votação e mexer com a prova do Enem.

Alunos do interior do Paraná foram para as assembleias, que serão feitas durante todo o dia em Curitiba. Em uma escola, os alunos não querem mostrar o rosto. Segundo a Secretaria de Educação, são 752 escolas ocupadas no Paraná. Os estudantes dizem que o número é maior e inclui também 14 universidades. Na Bahia são oito universidades ocupadas.

“Não é só a gente que vai ser afetado. Os próximos alunos, os meus filhos e os filhos dos meus filhos podem ser afetados por isso e a gente não quer que a educação fique pior do que já está”, diz a estudante Ane Cecília Machado.

No Paraná, já existe um movimento pela desocupação e em pelo menos 79 escolas os alunos saíram espontaneamente. “Como eles têm direito de ocupar, a gente também tem direito de estar aqui. A gente tem direito de ter aula”, defende a estudante Maria Eduarda de Araújo.

 Os pais de alunos também se dividem. "Eu acho que é uma coisa que eles estão certos, tem que participar e correr atrás dos objetivos”, defende Juarez Huinka.

“A vontade deles não pode prevalecer diante da vontade de 1,8 mil alunos de estudar. Então, a gente está num país democrático, a vontade da maioria deve prevalecer. Isso é um dos princípios da democracia. Então é injusto o que está acontecendo”, defende Edson Manarin.

Algumas escolas ocupadas estão na lista de locais de provas do Enem, mas o Ministério da Educação informou que a prova nestes locais deve ser adiada se a ocupação não terminar até segunda-feira (31). A decisão vale para todo o país, onde houver escola ocupada.

“Essas semanas que a gente está perdendo era pra gente fazer revisões para o Enem. A gente não vai ter, o Enem está aí igual e tem essa possibilidade de ser cancelado, de ser adiado. Vai causar muito alvoroço e tudo mais”, afirma a estudante Aline Bervig.

O líder do movimento estudantil, Matheus dos Santos, não acha que as ocupações prejudiquem quem vai fazer a prova do Enem e diz que o movimento é por um ensino melhor: “Isso aqui é um movimento político apartidário, isso aqui é dos estudantes que lutam contra a reforma do ensino médio".

Em Londrina, no norte do Paraná, várias escolas foram desocupadas na terça-feira (25) por ordem da Justiça. Na decisão, o juiz afirma que o direito dos estudantes que protestam por meio de ocupação não é mais importante que o direito dos inscritos no Enem ou dos que desejam retornar às aulas.

No Paraná, as ocupações já mudaram o local de votação de 700 mil eleitores da capital, Ponta Grossa e Maringá. Por decisão do TRE, nenhuma escola estadual será usada neste segundo turno no estado. O Tribunal Superior Eleitoral informou que a Força Nacional vai acompanhar as eleições nas três cidades em que haverá votação neste domingo (30).

Fonte: Jornal Hoje



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