Data: 26/10/2016
Às vésperas de completar 37 anos de luta e resistência – a entidade foi fundada em 28 de outubro de 1979 – na defesa do direito dos professores e da educação pública, gratuita e de qualidade na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a ADUA promove nesta quinta-feira (27) mais uma rodada de Assembleia Geral na sede da seção sindical para discutir adesão ou não à greve geral pautada pelas centrais sindicais e movimentos estudantis em todo o país.
Fora da sede da instituição, a categoria já iniciou a mobilização e o debate nas unidades acadêmicas de Parintins, Humaitá e Benjamin Constant. Nessas duas últimas, os professores promovem assembleia local ainda nesta quarta-feira (26). Na Ufam, somente os técnicos já aprovaram deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 31.
De norte a sul, trabalhadores e estudantes brasileiros se mobilizam contra medidas que precarizam o serviço público e retiram recursos dos segmentos mais importantes, prejudicando portanto a população, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, aprovada em 2º turno na Câmara Federal nesta terça (25). A PEC limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, reduzindo repasses para Educação, Saúde e outros setores fundamentais.
O ANDES-SN, um dos sindicatos integrantes do Fórum dos Servidores Federais (Fonasefe), solicitou um posicionamento de sua base a respeito da proposta de construção da greve geral pelo conjunto da classe trabalhadora, com data indicada para 9 de novembro, mas que ainda pode sofrer alterações. A reportagem da ADUA fez um levantamento sobre as decisões já aprovadas pelos docentes e demais segmentos das universidades públicas federais.
Norte
Ainda na região Norte, apenas duas instituições federais de ensino (IFE) deliberaram sobre o assunto e com definição de data. Na Universidade Federal do Acre (Ufac), os docentes aprovaram indicativo de greve para 09 de novembro, acompanhando a data proposta pelo comando nacional. Já os professores da Universidade Federal do Pará (UFPA) paralisaram nesta segunda (24) e voltam a suspender as atividades no dia 11 de novembro.
Nordeste
Na Universidade de Pernambuco (UPE), a assembleia dos professores está marcada para sexta-feira (28), Dia do Servidor Público. Lá, a dianteira foi tomada pelos estudantes: em assembleia realizada nesta terça-feira (25/10) aproximadamente mil discentes decidiram decretar greve geral, além de manter a ocupação da Reitoria da Universidade.
Na Paraíba, os docentes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) paralisaram as atividades na segunda (24). Em assembleia, eles aprovaram a adesão da categoria ao calendário da Jornada de Lutas que está sendo convocada pelas centrais sindicais e pelo Fórum Nacional dos Servidores Públicos e incluem a realização de Dias Nacionais de Lutas também em 11 e 25 de novembro.
Nessas mesmas datas, os docentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizam atividades de mobilização. A categoria também deliberou pela participação dos docentes na construção da greve geral dos trabalhadores. Já na Universidade Federal da Bahia (UFBA), os técnicos estão em greve desde esta segunda (24).
Centro-Oeste
Como na UFBA, nas universidades federais do Centro-Oeste brasileiro, somente os técnico-administrativos em educação deflagraram o movimento paredista. Entraram em greve nesta segunda (24) os servidores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD/MS) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Sudeste
A greve dos técnicos também começou nesta segunda (24) na Universidade Federal Fluminense. A paralisação por tempo indeterminado foi deliberada na última terça (18), em assembleia geral dos trabalhadores. Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a assembleia dos docentes está agendada para o dia 7 de novembro e tem como pauta estratégias de mobilização para o Dia Nacional de Paralisação (11 de novembro).
Enquanto as categorias se posicionam sobre a construção ou não da greve geral, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) docentes, estudantes e técnico-administrativos estão em greve por tempo indeterminado desde esta segunda (24) em protesto contra a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241.
Calendário Suspenso
Com a deflagração da greve dos professores nesta segunda (24), em assembleia geral, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel/RS) é uma das primeiras em que os três segmentos iniciaram movimento paredista. A greve dos técnicos já dura uma semana. Mais de 600 estudantes também aderiram ao movimento no dia 20, em virtude também da possibilidade de falência da instituição, anunciada pela reitoria. Com as três categorias da UFPel em greve, o Conselho Coordenador do Ensino, da Pesquisa e da Extensão (Cocepe) decidiu, por unanimidade, suspender o calendário acadêmico.
Ainda no Rio Grande do Sul, a assembleia docente na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) aprovou indicativo de “estado de greve”, uma espécie de sinal de alerta contra medidas implementadas pelo governo federal que afetam os serviços públicos. Na Universidade Federal do Rio Grande (UFRG) os docentes aprovaram paralisação e mobilização no Dia Nacional de Protestos e Greves (11/11). Já na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), uma nova rodada de AG está marcada para o dia 3 de novembro.
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) os docentes deliberaram pela construção da Greve Geral, durante Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 19 deste mês. Já os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), filiados à AndesUFSC, aprovaram estado de greve, com construção de um movimento paredista com as demais categorias dos trabalhadores, mas ainda sem data definida.
Com informações das seções sindicais do ANDES-SN nessas universidades
Fonte: ADUA |