Data: 20/10/2016
Os técnico-administrativos em educação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovaram a proposta de paralisação das atividades na próxima terça-feira (25), indicativo deflagração de greve por tempo indeterminado e a realização de uma nova rodada de Assembleia Geral (AG) da categoria nesta mesma data.
A instância deliberativa será instalada no Bosque da Resistência (entrada do Campus Universitário), às 9h, para submeter a decisão a um maior contingente de trabalhadores e deliberar as primeiras ações de greve.
A decisão foi tomada pela categoria em AG realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), nesta terça-feira (18), no auditório Jatapú, da Faculdade de Educação (Faced).
A proposta original, orientada pela Fasubra Sindical, era de paralisação das atividades no dia 24 de outubro e a deflagração de greve por tempo determinado até o desfecho de tramitação da PEC no Congresso. O Projeto de Emenda Constitucional faz parte do pacote de medidas do governo federal que estabelece cortes orçamentários, a reforma da previdência e a desregulamentação e precarização dos direitos trabalhistas.
A PEC 241 impõe o limite dos gastos públicos, o que representa o congelamento dos gastos por 20 anos. Na avaliação da categoria trata-se do corte de investimentos públicos em áreas vitais como saúde, educação e segurança, que já apresentam graves deficiências de atendimento à sociedade. “Isso representa uma geração perdida”, afirmou o coordenador de Comunicação do Sintesam, Ronaldo Vitoriano, ao avaliar os impactos da PEC nos setores públicos.
Ronaldo destacou ainda a possibilidade do não cumprimento do acordo com MEC, na greve de 2015, que estabelece o reajuste de 5% ao salário da categoria em janeiro de 2017, caso a inflação ultrapasse a casa dos 5% em conformidade com as regras da PEC que permite apenas gastos dentro do orçamento mais inflação (desde que não ultrapassem os 5%). “A PEC vai desmantelar a Constituição do país tirando direitos assegurados aos cidadãos. Portanto vamos à luta. Ainda há tempo”, exortou.
A coordenadora Ana Grijó destacou que o governo utiliza o argumento de crise no país que, supostamente estaria quebrado, e precisa economizar para justificar os cortes em detrimento da sociedade, o que representa ausência de investimentos e a não realização de concursos públicos. “Medidas que vão atingir todos os setores da sociedade e, sobretudo, programas sociais. Além de ser a desculpa para a terceirização no serviço público”.
Na avaliação da coordenadora geral do Sintesam, Crizolda Araújo, a própria Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) já manifestou posição contrária à aprovação da PEC. “Portanto esse é o momento de intensificar a luta contra o pacote de medidas do governo com a deflagração da greve por tempo indeterminado enquanto não houver um desfecho sobre a tramitação da PEC”, fechou.
Fonte: Sintesam |