Data: 10/10/2016
Visando a internacionalização das lutas dos trabalhadores e a organização de uma ampla reação aos ataques aos direitos sociais que têm se dado em todo o mundo, diretores do ANDES-SN e coordenadores da CSP-Conlutas estiveram em encontros e reuniões em Portugal e no México, na última semana.
Representantes do ANDES-SN e da CPS-Conlutas participaram nos dias 3, 4 e 5 de outubro de reuniões com sindicatos portugueses e de outros países para discutir os inúmeros problemas enfrentados pela classe trabalhadora no mundo inteiro. Um dos encontros aconteceu em Lisboa, capital portuguesa. Na mesma semana, Eblin Farage, presidente do Sindicato Nacional, participou de dois importantes eventos relacionados à conjuntura da Educação na América e no mundo, sediados no México. Foram eles o II Fórum dos Trabalhadores em Educação nos dias 29 e 30 de setembro, e o I Encontro Internacional de Trabalhadores da Educação, no dia 1º de outubro, com o objetivo de que os trabalhadores de diversos países pudessem analisar o impacto da aplicação das políticas neoliberais, assim como organizar as lutas dos povos para enfrentá-las.
Em Portugal a primeira reunião foi, no dia 3, com o Sindicato Nacional de Ensino Superior de Portugal (SNESup), que representa os professores lusitanos do setor privado e público. No encontro, os docentes trocaram experiências sobre a situação e os ataques à educação pública em cada país. As universidades públicas em Portugal passam por um processo semelhante ao brasileiro de desmonte e sucateamento, assim como a carreira docente, que sofre com a precarização. O Snesup convidou o ANDES-SN para participar do próximo Congresso da entidade, que discutirá os ataques à carreira docente.
No dia 4, reuniram-se entidades sindicais de diversas categorias em Portugal, que representam os trabalhadores do setor portuário, de transporte, de energia e de telemarketing. Segundo Amauri Fragoso, 1º tesoureiro e encarregado de Relações Sindicais do ANDES-SN, e que fez parte da comitiva brasileira, na ocasião, ficou explícita a dificuldade em se criar uma central sindical combativa e autônoma. “Percebemos que é de extrema importância a criação de uma Central Sindical, na tentativa de oferecer aos trabalhadores opções, entre elas, apoio jurídico, psicológico, e instrumentalizar a luta, nos moldes da CSP-Conlutas”, ressaltou. No dia 5 contaram com a participação de representações de outros países, como a Inglaterra, França e Estados Unidos.
A discussão do encontro foi em torno da criação de uma campanha internacional em defesa do emprego. Segundo Amauri, a avaliação das entidades sindicais é que a atuação do Capital frente aos trabalhadores, em nível internacional, gera tantos problemas que, talvez, no futuro não haja emprego para todos. Ainda em Portugal, seis docentes, expuseram individualmente trabalhos relacionados aos temas: Os efeitos da Automação no Trabalho; O Contrato de Trabalho, diferentes formas ; Trabalho em relação aos outros, efeitos das relações interpessoais; O Sindicalismo brasileiro a partir da década de 1980 aos nossos dias, apresentação feita por um professor brasileiro que está fazendo o estágio pós-doutoral; e reforma trabalhista do ponto de vista de uma professora sindicalistas francesa.
"O ANDES-SN e a CSP-Conlutas terão um papel importante nesta construção, pois daremos grandes contribuições aos companheiros de Portugal e de outros países”, disse o diretor do ANDES-SN. Também participaram do encontro a 3ª vice-presidente do ANDES-SN e encarregada de relações internacionais do sindicato, Olgaíses Maués, e os representantes da CSP-Conlutas, Mauro Puerro e Paulo Barela.
“Projeto de educação do Capital se expande em toda a América” constata presidente do ANDES
Na última semana, o México sediou dois importantes eventos relacionados à conjuntura da Educação na América e no mundo. Foram eles o II Fórum dos Trabalhadores em Educação do México, e o I Encontro Internacional de Trabalhadores da Educação, voltado para que os trabalhadores de diversos países analisassem o impacto da aplicação das políticas neoliberais, assim como as lutas dos trabalhadores para enfrentá-las.
A presidente do ANDES – SN, Eblin Farage, participou dos eventos e da elaboração de propostas e ações para a construção da unidade internacional no combate à mercantilização da educação. Eblin ressaltou que toda a América vem passando por ataques ofensivos aos serviços públicos, rumo à mercantilização e precarização da educação, na intensificação de processos de terceirização que inclusive ameaçam a carreira docente em determinados casos. “Constatamos que o projeto de educação do Capital se expande por toda a América. Importante reconhecer a participação dos países presentes, na organização e representação dos trabalhadores da educação e na elaboração conjunta para o avanço em ações comuns e conjuntas contra o capital”, disse a presidente do Sindicato Nacional.
Sindicato Nacional se solidariza com professores do México
Enquanto aconteciam os encontros relacionados à Educação no México e no mundo, a Secretaria de Educação Pública Mexicana anunciou a demissão de mais 21 professores e notificou outros 300 ameaçando-os de rescisão por terem parado suas atividades por mais de três dias consecutivos no último mês de julho. As notificações foram feitas, inclusive, fora do prazo legal para a tomada das medidas.
O Governo Mexicano continua atacando os trabalhadores da Educação, que se mantém em greve desde o início do ano, contrários à reforma proposta que prevê o fechamento e a privatização de escolas, demissão de professores e diferenciação salarial por meritocracia.
Na ocasião o ANDES-SN e várias instituições, que participavam dos encontros, se comprometeram a integrar a campanha internacional de solidariedade aos professores mexicanos, difundindo-a no Brasil.
Imagem: ANDESUFSC
Fonte: ANDES-SN |