Data: 21/09/2016
Servidores federais, estaduais e municipais, integrantes de entidades populares e movimentos estudantis definiram 22 e 29 deste mês como Dias Nacionais de Luta, Mobilização e Paralisação em todo o país. Nesses dois dias, trabalhadores e estudantes promovem manifestação em Manaus, contra a retirada de direitos e o corte de recursos da Educação e da Saúde nos três níveis, além de desvios cujos esquemas vêm sendo identificados pelos órgãos de investigação e controle.
O mais recente deles tornou-se público nesta terça (20), quando a Polícia Federal (PF), com apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal, deflagrou a operação “Maus Caminhos”, que apura mais detalhes do desvio de R$ 112 milhões de reais do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo Estadual de Saúde por empresas e uma ONG de saúde no Amazonas. A ação cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão. O esquema de fraudes identificado bancava vida de luxo e ostentação, de acordo com a PF.
Por conta desse e de outros recentes escândalos, a primeira manifestação já ocorre nesta quinta-feira (22), a partir das 15 horas. A concentração ocorrerá na Praça do Congresso, onde haverá uma aula pública e de onde os manifestantes saem em passeata pelas principais ruas do Centro. Os participantes também pretendem chamar a atenção da sociedade para as medidas de ataque ao emprego, ao salário e aos direitos dos trabalhadores e estudantes, adotadas pelo presidente não eleito Michel Temer, o governador do Amazonas José Melo e o prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto.
Representantes da Frente de Lutas Amazonas consideram que o ajuste fiscal e as reformas e os cortes anunciados pelo governo precarizam as condições de trabalho e prejudicam os serviços públicos. “Não aceitamos esse ajuste fiscal ou qualquer ameaça de retirada de direitos dos trabalhadores, bem como nos posicionamos de forma veemente contra o corte nas políticas públicas e a redução dos serviços públicos”, ressaltou a presidente da ADUA, professora Guilhermina Terra.
Já no dia 29, professores, técnicos em educação, estudantes e trabalhadores de vários segmentos voltam a se encontrar no Centro para intensificar a luta contra a PEC 241 (congelamento dos gastos públicos por 20 anos), o PLP 257 (série de medidas contra o trabalhador), a Reforma da Previdência e Trabalhista e em defesa da escola sem mordaça, na qual o ensino e o pensamento crítico estejam sempre presentes. Para a estudante da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e militante do Coletivo Ana Montenegro, Fernanda Fernandes, essa é “a hora de a juventude ir às ruas para defender a educação, o emprego e o acesso a direitos”.
Barrar retrocessos
As duas manifestações foram aprovadas pela Frente de Lutas durante encontro realizado na última sexta-feira (16) na sede da ADUA e os encaminhamentos definidos no sábado (17) no Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho. Para a Frente Popular, só a luta e a organização dos trabalhadores e estudantes pode barrar os retrocessos apresentados, aprovados e implementados pela ala conservadora no Brasil.
Fonte: ADUA
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