No ano de 2024, 105 pessoas transexuais e travestis foram assassinadas no Brasil. Apesar da quantidade de homicídios ser 12% inferior à registrada em 2023 (119 assassinatos), o Brasil continua sendo o país que mais mata essa população pelo 16º ano seguido. Os dados divulgados na quarta-feira (22) são da Rede Trans Brasil.
A região Nordeste é a mais violenta contra a comunidade de transexuais com 40 assassinatos. Em seguida está o Sudeste, com 35, Centro-oeste, com 14, Norte, com 10, o Sul, com 5, e o Distrito Federal, com 1. Desde o início do monitoramento, em 2016, já foram registrados 1.181 assassinatos de pessoas trans. De acordo com o Trans Murder Monitoring, parceria global de monitoramento de assassinatos de membros da comunidade trans, dos 350 casos reportados no mundo, 30% foram no Brasil.
“No Brasil, a violência contra pessoas trans é uma realidade devastadora. O país é o que mais registra assassinatos de pessoas trans no mundo. A transfobia, alimentada por preconceitos profundos e pela falta de políticas públicas eficazes, coloca em risco a vida e a dignidade dessa população todos os dias”, afirma a Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Amazonas (Assotram).
A entidade explica que os ataques não são apenas físicos, mas também emocionais e psicológicos, impactando a saúde mental e a qualidade de vida das vítimas. Além disso, muitas vezes as vítimas não encontram apoio adequado da segurança pública, o que agrava ainda mais a sensação de impunidade. “Para mudar esse cenário, é urgente uma transformação cultural, onde o respeito pela diversidade de gênero seja uma prioridade, com ações de educação, políticas públicas de inclusão e proteção, e a criação de espaços seguros para pessoas trans em toda a sociedade. A luta é por direitos, dignidade e, acima de tudo, pela vida”, afirma.
Em 29 de janeiro, é o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Para debater as temáticas sobre o tema como políticas públicas para essa população, a Assotram irá realizar em Manaus o VII Workshop Dia da Visibilidade Trans nos dias 24 e 25 de janeiro, das 08h às 20h, no Teatro da Instalação (Rua Frei José dos Inocentes, no Centro).
Fonte: com informações da CSP-Conlutas e Assotram
Foto: Alma Preta/Reprodução
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