Data: 17/08/2016
Em Manaus, o Dia Nacional de Mobilização em Defesa dos Empregos e contra a Retirada de Direitos, realizado nesta quinta-feira (16), foi marcado por mobilização em frente ao terminal de ônibus da Matriz, Zona Sul da capital. Integrantes de sindicatos, movimentos sociais e estudantis e de partidos políticos se pronunciaram e distribuíram panfletos contra medidas como o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/2016 e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016.
As propostas fazem parte do chamado “pacote de maldades” idealizado pela equipe da presidente Dilma e intensificado pelo atual governo interino. O PLP 257 estabelece a suspensão dos concursos públicos, congelamento de salários e a revisão do regime jurídicos dos servidores. Já a PEC 241 determina a suspensão, por vinte anos, do repasse de recursos destinados a serviços básicos como saúde e educação.
O fechamento dos postos de saúde, o elevado custo da tarifa de ônibus – estratégia que não se converte na melhoria do serviço -, além da baixa qualidade do ensino nas escolas públicas também foram alvos de críticas. “As escolas públicas encontram-se sucateadas. Caso pretenda oferecer um ensino de qualidade a seus filhos, o trabalhador deve cumprir carga horária dobrada para pagar matrícula. A situação das universidades federais e estaduais não é diferente, pois vários estudantes se sacrificam para conseguir estudar”, disse a presidente da ADUA, professora Guilhermina Terra.
Conscientização
Além disso, está em curso um plano de reforma da Previdência, que prevê o aumento da idade mínima da aposentadoria. “Na semana passada, o presidente interino reuniu-se com um grupo de banqueiros para elaborar um pacote que vai afetar os trabalhadores. Por isso, é importante prosseguir com esse período de mobilizações, no intuito de conscientizar a população sobre essas medidas”, afirmou Williams Vieira, coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
Ele destacou ainda a boa receptividade do público que circulava nas imediações do terminal da Matriz. “Isso significa que a população está insatisfeita com a atuação do poder municipal. Nossas falas refletem as dificuldades enfrentadas por eles diariamente”, analisa.
Na opinião de representantes que se pronunciaram durante o ato, a solução da crise financeira consiste na formação de um polo de trabalhadores, rumo a uma greve geral. A categoria é a mais afetada pelo contingenciamento de recursos para o pagamento da dívida pública. “A auditoria da dívida pública deve ser exigida pela classe trabalhadora em caráter de urgência. Tal obrigação, além de ilegal e ilegítima, consome quase a metade do orçamento anual do governo federal”, alerta o professor Jacob Paiva, 1º secretário do ANDES-SN.
“O atual índice de desemprego no Brasil, que chegou a 12%, deve-se à falta de garantias por parte dos governos Temer e Dilma. Temos que garantir a criação de medidas que favoreçam a estabilidade do trabalhador”, observa Raoni Lopes, membro do Movimento para uma Alternativa Independente e Socialista (Mais).
O Dia Nacional de Mobilização em Defesa dos Empregos e contra a Retirada de Direitos surgiu das deliberações da última reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (Setor da IFES) do ANDES-SN. Realizado na tarde de ontem (16), o ato em Manaus também contou com a participação da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sind-UEA), Movimento Luta Popular, entre outros.
Fonte: ADUA
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