Dois militantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados durante um ataque ao assentamento “Olga Benário”, no dia 10 de janeiro, em Tremembé (SP). Valdir Nascimento e Gleison Barbosa morreram após o atentado praticado por dez homens armados que deixou outras seis pessoas feridas. O ANDES-SN manifestou divulgou uma nota de solidariedade.
Um dia depois do crime, um homem de 41 anos – que não teve a identidade revelada – confessou a participação no atentado e foi preso. “Não só confessou, como ele está indicando onde podem ser encontradas as demais pessoas [que participaram do ataque]”, disse em coletiva de imprensa o delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra.
Violência no campo
O ataque escancara os conflitos de terras no estado de São Paulo. “A ausência de políticas públicas efetivas por parte do governo paulista deixa os territórios de Reforma Agrária vulneráveis e as famílias assentadas desprotegidas, reforçando um cenário de insegurança e violência”, alertou em nota o MST.
O movimento denunciou que o assentamento é disputado devido à especulação imobiliária voltada para o turismo e a sua localização estratégica no Vale do Paraíba. “Há anos, as famílias assentadas vêm sofrendo ameaças e coerções constantes, mesmo após diversas denúncias feitas aos órgãos estaduais e federais, que seguem sem uma resposta efetiva para garantir a segurança e a permanência dessas famílias no território”.
O Sindicato Nacional repudiou mais este ato de violência no campo, que intimida e vitimiza quem luta pelo direito à terra e pelo direito à vida, em um país em que sobram terras improdutivas e mal distribuídas. “As violências contra as(os) trabalhadoras(es) do campo no Brasil são constantes em várias regiões do país e bem sabemos que, por traz desses atos, está o latifúndio, o agronegócio, aquelas(es) que sustentam o projeto do capital em nosso país e que atuam com o objetivo de se apropriar das terras de assentada(os), comunidade quilombolas, comunidade indígenas e pequena(os) agricultoras(es). A violência direta e a criminalização da luta são parte do cotidiano daquelas e daqueles que lutam, e que nesse momento sofrem mais um massacre”, afirmou.
Para a entidade, a violência no campo conta com a omissão de autoridades locais, que estão a serviço dos grandes proprietários de terra. “Nós, do ANDES-SN, exigimos punição aos envolvidos em mais esse massacre, e nos somamos a todas(os) as(os) lutadoras(es) que reconhecem no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) um farol na luta pela terra, pela dignidade das(os) trabalhadoras(es) do campo, pela produção de alimentos saudáveis, pelo cuidado com a terra e com um planeta sustentável”.
Acesse a nota do ANDES-SN na íntegra aqui.
Fontes: com informações do ANDES-SN, MST e Brasil de Fato
Foto: Douglas Mansur/Comunicação MST
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