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  14/01/2025


Atentado em assentamento do MST deixa dois mortos; ANDES-SN exige punição em nota



 

 

Dois militantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados durante um ataque ao assentamento “Olga Benário”, no dia 10 de janeiro, em Tremembé (SP). Valdir Nascimento e Gleison Barbosa morreram após o atentado praticado por dez homens armados que deixou outras seis pessoas feridas. O ANDES-SN manifestou divulgou uma nota de solidariedade.

 

Um dia depois do crime, um homem de 41 anos – que não teve a identidade revelada – confessou a participação no atentado e foi preso. “Não só confessou, como ele está indicando onde podem ser encontradas as demais pessoas [que participaram do ataque]”, disse em coletiva de imprensa o delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra.

 

Violência no campo

 

O ataque escancara os conflitos de terras no estado de São Paulo. “A ausência de políticas públicas efetivas por parte do governo paulista deixa os territórios de Reforma Agrária vulneráveis e as famílias assentadas desprotegidas, reforçando um cenário de insegurança e violência”, alertou em nota o MST.

 

O movimento denunciou que o assentamento é disputado devido à especulação imobiliária voltada para o turismo e a sua localização estratégica no Vale do Paraíba. “Há anos, as famílias assentadas vêm sofrendo ameaças e coerções constantes, mesmo após diversas denúncias feitas aos órgãos estaduais e federais, que seguem sem uma resposta efetiva para garantir a segurança e a permanência dessas famílias no território”.

 

O Sindicato Nacional repudiou mais este ato de violência no campo, que intimida e vitimiza quem luta pelo direito à terra e pelo direito à vida, em um país em que sobram terras improdutivas e mal distribuídas. “As violências contra as(os) trabalhadoras(es) do campo no Brasil são constantes em várias regiões do país e bem sabemos que, por traz desses atos, está o latifúndio, o agronegócio, aquelas(es) que sustentam o projeto do capital em nosso país e que atuam com o objetivo de se apropriar das terras de assentada(os), comunidade quilombolas, comunidade indígenas e pequena(os) agricultoras(es). A violência direta e a criminalização da luta são parte do cotidiano daquelas e daqueles que lutam, e que nesse momento sofrem mais um massacre”, afirmou.

 

Para a entidade, a violência no campo conta com a omissão de autoridades locais, que estão a serviço dos grandes proprietários de terra. “Nós, do ANDES-SN, exigimos punição aos envolvidos em mais esse massacre, e nos somamos a todas(os) as(os) lutadoras(es) que reconhecem no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) um farol na luta pela terra, pela dignidade das(os) trabalhadoras(es) do campo, pela produção de alimentos saudáveis, pelo cuidado com a terra e com um planeta sustentável”.

 

Acesse a nota do ANDES-SN na íntegra aqui.

 

 

 

Fontes: com informações do ANDES-SN, MST e Brasil de Fato

 

Foto: Douglas Mansur/Comunicação MST

 

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