Foto: Ana Cláudia Nogueira
Entre os dias 11 e 14 de novembro, ocorreu o III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação, no Rio de Janeiro. As professoras Ana Cláudia Nogueira (IFCHS) e Jarliane Ferreira (INC) representaram a ADUA. Visitas a movimentos sociais e comunidades cariocas foram realizadas nos dias 15 e 16.
Após quatro dias de debates e trocas de experiências, foi reafirmada a urgência na construção da unidade entre os movimentos sindical, estudantil, sociais e de toda a classe trabalhadora no enfrentamento aos ataques do neoliberalismo sobre a Educação.
“Saímos certos de que temos muito a construir de forma unitária. É fundamental balizar nossas ações pelos pontos comuns, respeitando a diversidade de tradições políticas, sociais e culturais. A riqueza dessas diferenças fortalece nossa luta por uma educação emancipatória, internacionalista e anticapitalista”, disse o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian, na mesa de encerramento.
Sindicalizada à ADUA desde 2007, Jarliane Ferreira compartilhou a experiência de ter participado da atividade. Segunda ela, o evento foi de grande importância para sua formação política, apesar dos desafios no deslocamento, pois o campus em que trabalha está situado na região do Alto Solimões, no interior do Amazonas. Em sua visão, essa localização dificulta a participação de docentes em processos valiosos de desenvolvimento político e sindical. “Foi a primeira vez que participei de um congresso pela ADUA e acredito na possibilidade de todos e todas terem essa oportunidade, que se traduz em muito aprendizado, atualização e força para continuar na caminhada”.
Jarliane também considera que o Congresso representou um período de consolidação da luta sindical, marcado por diálogo e resistência, e foi enriquecido pelas mesas de informes nacionais e internacionais sobre a luta contra o neoliberalismo na educação. “O evento foi repleto de informações e debates em diferentes línguas que eu não havia vivenciado antes. Durante os quatro dias pude acompanhar os debates e apresentações da mesa de abertura de instalação do congresso; Ato Político Pela Paz e contra o Genocídio na Palestina e no Oriente Médio. Com mesas concomitantes, escolhi participar das mesas Territórios e crise climática; Digitalização, Inteligência Artificial, EAD e desafios educacionais. Com essas mesas de debates atuais e necessários, da ordem do dia, obtive muitas informações atualizadas e percebi os desafios vivenciados nos rumos da educação em outros países que muito se assemelham com as problemáticas enfrentadas por nós”, afirmou.
Professora Jarliane Ferreira (INC)
Como resultado dos debates, o Congresso aprovou uma Declaração Final na qual destaca a discussão sobre a importância das questões raciais, de gênero e de classe na construção de uma educação emancipadora, na qual os sindicatos dos trabalhadores e das trabalhadoras da educação e o movimento estudantil organizado desempenham um papel central. O documento reafirma a defesa da laicidade, da liberdade de ideias, da educação sexual integral e do reconhecimento da diversidade sexual, étnica e das negritudes.
O III Congresso Mundial também aprovou um documento com apelo para impulsionar um processo internacional de articulação com objetivo de convergência de perspectivas para coordenar esforços em defesa da educação pública e contra o neoliberalismo na Educação. O documento se apresenta como proposta às entidades e organizações das resistências educacionais que participaram do III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação, assim como a todos os coletivos ao redor do mundo que lutam pelo direito à educação pública presencial. "Fazemos isso com o pedido expresso para ser avaliada a adesão à iniciativa nos próximos meses, antes da Conferência Internacional de abril de 2025, que será realizada no México, onde avançaremos na construção de um plano de ação", afirma o texto.
Resoluções, manifestos e declarações
O III Congresso Mundial também aprovou ainda resoluções, moções, declarações e manifesto. Dentre outros estão: a Resolução em reconhecimento aos 65 anos de luta histórica da Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação – Fecode - pela dignidade da profissão docente, a defesa da educação pública e do movimento pedagógico e da escola como território de paz; o Manifesto contra a criminalização da luta pela educação no Rio de Janeiro e o Manifesto do III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação sobre a reunião do G20.
Foto: Eline Luz / Imprensa ANDES-SN
Outra importante deliberação aprovada foi a construção do IV Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação, para 2026. A conferência que vai organizar essa atividade está prevista para ser realizada em abril de 2025, no México.
A programação completa do III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação pode ser vista no canal do ANDES-SN no YouTube, a partir dos links a seguir:
- III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação - 11 Nov 2024
- III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação - 12 Nov 24 - manhã
- III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação - 12 Nov 24 – tarde
- III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação - 13 Nov 24 – tarde
- III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação - 14 Nov 24 – manhã
- III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação - 14 Nov 24 – tarde
Fontes: ADUA com informações do ANDES-SN
|