Professores da Ufam ficaram indignados, na tarde de hoje, quando souberam que a Polícia Federal esteve na universidade repreendendo o uso de camisas e panfletos contra a pedofilia. Arminda Mourão, diretora da Faculdade de Educação (Faced), manifestou sua raiva na mesma noite, na cantina do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL).
"Estamos perdendo dentro da universidade a nossa liberdade de expressão", gritou. "Na ditadura militar, os policiais agiam fora da universidade. Matavam, sim. Mas, lá fora". Ela reclama que os panfletos distribuídos não faziam nenhuma campanha partidária.
A professora ainda conclamou os presentes à marcha contra a pedofilia que será realizada amanhã, sábado, 25, às 9h. A concentração será na Praça da Saudade (Centro).
Revolta
Os docentes Gilson Monteiro e Amazoneida Sá Peixoto estiveram na Adua e reclamaram que a PF havia detido um ex-estudante, que guardava consigo os panfletos contra pedofilia. Conforme o egresso, que não quis ter o nome difundido, ele foi levado ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) para prestar esclarecimentos. Ele nega que teria sido preso pela polícia, conforme notas divulgadas nas redes sociais.
O presidente da Adua, Tomzé Costa, disse que ficou revoltado com mais um caso envolvendo o autoritarismo da polícia no ambiente acadêmico da Ufam. "É outro caso que indigna essa diretoria", disse.
O professor Gilson Monteiro alertou que a universidade precisa tomar alguma atitude pra que a comunidade acadêmica não sofra mais constrangimentos desse tipo. "A universidade vem se calando e, de certa forma, permitindo esse tipo de agressão", denunciou. |