Data: 07/06/2016
Unicamp e USP estão em greve. Unesp decide esta semana em rodada de assembleias se adere ao movimento grevista ou não
Os docentes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deflagraram greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia realizada no dia 1° de junho. A categoria já sinalizava aderir à greve e se unir aos técnicos e estudantes da instituição, que estão com as atividades paralisadas desde o dia 23 e 10 de maio, respectivamente. A suspensão unilateral das negociações, no último dia 30 de maio, por parte do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), com o Fórum das Seis – que reúne as seções sindicais do ANDES-SN e os sindicatos dos servidores da Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) -, foi o estopim para a decisão dos docentes, segundo Paulo Cesar Centoducatte, 2° vice-presidente da Regional São Paulo e um dos coordenadores do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) do ANDES-SN.
“Engatamos a greve após uma paralisação de três dias, em que participamos de um ato público em São Paulo para acompanhar a reunião do Fórum com o Cruesp, promovemos debates sobre financiamento e a situação das universidades paulistas com a comunidade acadêmica sobre e na quarta-feira (1°) tivemos a assembleia. A motivação desta greve não é apenas por reajuste, é pela reabertura das negociações, é pelo fim dos ataques à educação publica e gratuita, e em defesa dos serviços públicos como um todo”, disse Paulo Cesar Centoducatte, que também é presidente da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp – Seção Sindical do ANDES-SN).
Desde que a pauta de reivindicações do Fórum das Seis foi protocolada há quase dois meses não houve avanço nas negociações com a Cruesp. Os docentes, técnicos e estudantes das instituições reivindicam o fim dos cortes orçamentários nas universidades paulistas, reposição inflacionária nos salários, ganho real de 3%, melhorias nos hospitais universitários, garantia da permanência estudantil, entre outros. De acordo com o Fórum das Seis, o governo paulista deixou de repassar R$ 600 milhões à educação superior nos últimos dois anos (2014 e 2015).
USP e Unesp
Na Universidade de São Paulo (USP), os docentes iniciaram a greve no dia 30 de maio. Na última sexta-feira (3), a comunidade acadêmica da USP realizou um trancaço no portão principal da instituição como parte do Dia Nacional de Luta contra ataques à educação.
Na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), a categoria está realizando rodada de assembleias em diversos campi para deliberar sobre a deflagração da greve. Algumas unidades já aprovaram a greve e iniciaram paralisação, como os campi de Araraquara, Bauru e Marília. As assembleias serão realizadas até sexta-feira (10). Técnicos e estudantes também estão em greve.
O diretor do ANDES-SN explica que o movimento grevista das universidades estaduais paulistas está em construção e ascenso. “Os campi que ainda não deflagraram greve estão realizando assembleias para decidir se aderem à greve ou não. Mas percebemos que, após a recusa da Cruesp em negociar, a tendência tem sido os docentes aderirem ao movimento grevista”, afirma.
No próximo dia 15 de junho será realizado um ato público unificado em defesa da Educação Pública, convocado pelo Fórum das Seis, com uma marcha que sairá da USP, às 13h, até o Palácio do Governo. A manifestação tem por objetivo cobrar uma uma audiência com o governador do estado.
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Foto: Adunicamp - SSind.
Fonte: ANDES-SN |