No total, 166 delegadas(os) participaram do congresso
Sue Anne Cursino
Ocorreu de 26 a 30 de agosto, no campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, o III Congresso Universitário Estatuinte da Ufam, etapa consultiva do III Processo Estatuinte convocada pelo Conselho Universitário (Consuni) com objetivo de reformar o Estatuto da instituição.
Participaram da atividade cerca de 166 delegadas(os) dos seis campi da Ufam, eleitas(os) nas assembleias setoriais e que representaram docentes, estudantes, Técnico-Administrativos(as) em Educação (TAEs) e organizações da sociedade civil.
A abertura do evento foi realizada no dia 26, no auditório Eulálio Chaves, no setor Sul do campus. Já as atividades dos Grupos de Trabalho (GTs) se deram de 27 a 28 nas salas de aula da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), no setor Sul. As plenárias finais ocorreram de 28 a 30 nos auditórios da FCA e Eulálio Chaves
Durante a abertura do evento, foi realizada a Mesa de Instalação, quando as(os) delegadas(os) aprovaram o texto do Regimento Geral do III Congresso Universitário Estatuinte e elegeram a Mesa Diretora, responsável por conduzir os trabalhos ao longo da programação.
Composta por seis membros com representações dos três segmentos da UFAM e de forma paritária, integraram a Mesa Diretora como presidente, a docente Sílvia Conde; e vice-presidente, o técnico Carlos Almeida. Para a secretaria foram definidos os nomes do docente Jorge Barros e da técnica Luciana Araújo; e a relatoria foi feita pela estudante Samily Nunes e o estudante Sandro Maia.
“Foi uma semana de intenso trabalho, começamos com os GTs e depois seguimos para as plenárias. Esse processo vai ter continuidade ao ser direcionado para o Consuni, onde a luta vai se dar justamente para que se possa garantir que o Conselho referende, naquilo que for possível, o que a Plenária definir. A expectativa é aprovar um texto que possa colaborar para um estatuto que represente a grandiosidade da nossa universidade, da nossa região”, afirmou Sílvia Conde.
Mesa Diretora conduziu os cinco dias de trabalho
Um destaque feito pela técnica e delegada pela Reitoria, Alice Areque, foi a escolha da metodologia do congresso, por possibilitar um debate com participação da comunidade acadêmica como um todo e de temas que podem receber contribuições para influenciar positivamente no cotidiano da instituição.
“Em alguns pontos foi mais que pertinente a presença de nós TAEs para incorporarmos uma participação efetiva no debate, com muitos colegas fazendo destaques, contribuindo com uma visão técnica sobre os temas debatidos. Observou-se que os colegas estavam dispostos a escutar, para que nós realmente tenhamos um estatuto que não seja apenas um documento, mas que na prática tenha funcionalidade”.
O congresso teve uma efetiva participação de discentes, entre eles Gabriel Ozaki, que foi delegado pela Faculdade de Psicologia (Fapsi) e é estudante do 8º período do curso. Segundo ele, as(os) estudantes enfrentam lutas diárias para resolver diversas situações que entram na pauta de construção da Estatuinte, e que as decisões tomadas irão impactar por anos a vida dele e de outras(os) acadêmicas(os). “Fazer parte da construção de um novo estatuto é importante não só para o agora, para a minha graduação, mas também para o meu futuro profissional, falando de uma perspectiva mais ampla. E nós estudantes precisamos participar desse debate para conhecermos como é regido o nosso estatuto, defendermos nossos direitos e nos orientarmos como estudantes e possíveis futuros profissionais dessa universidade, caso o estudante queira servir aqui dentro, ou mesmo ingressar na pós-graduação, por exemplo”.
Atuando há 12 anos no campus da Ufam em Coari, o professor Jefferson Ferreira dos Santos participou pela primeira de um Congresso Universitário Estatuinte, coordenando a comissão da unidade onde trabalha e representando o campus como delegado nas assembleias setoriais. “É um momento muito importante para a universidade discutir o funcionamento da instituição voltando-se para a construção de um documento que rege todo o nosso funcionamento. Participar desse processo foi muito prazeroso por discutirmos com os colegas, que apresentam diferentes posições, a partir das diversas realidades”.
Jefferson citou ainda as particularidades enfrentadas pelas(os) que atuam nos campi da Ufam fora de Manaus. “Temos nossas questões como, por exemplo, o calendário acadêmico, que acaba sendo influenciado por motivos como o rio. Nós temos problemas, às vezes, que afeta a frequência dos nossos alunos, então a gente precisa de alguns ajustes. E essa é uma questão para nós discutirmos a universidade, discutirmos o nosso papel, e mesmo a importância para o Estado, considerando a presença do campus que leva ensino superior para os municípios do interior”.
O III Processo Estatuinte é conduzido pela Comissão Geral Estatuinte (CGE), composta por representantes da ADUA, Sintesam, DCE Consuni, Consepe e Consad. “Debatemos de forma profunda, qualificada, coletiva e democrática o estatuto que nós queremos para enviarmos para o Consuni e lá termos aprovado as propostas deliberadas no Congresso”, afirmou professora Ana Cláudia Nogueira, 1ª secretaria da ADUA e coordenadora geral da CGE.
Seguindo o Calendário do Processo Estatuinte, o texto aprovado no III Congresso Universitário Estatuinte será enviado ao Consuni até o dia 23 de setembro deste ano. As propostas aprovadas no Congresso devem ser votadas pelo Consuni até o dia 23 de outubro. Depois dessa etapa, o texto será remetido ao Ministério da Educação (MEC).
Fotos: Sue Anne Cursino
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