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PM reprime com violência manifestação contra privatização da educação em Goiás



Data: 20/05/2016

Mais uma vez, a Polícia Militar do Goiás reprimiu com violência a manifestação de estudantes secundaristas, que protestavam nesta quinta-feira (19), em Goiânia, contra a privatização da educação por meio de Organizações Sociais (OS), e a militarização do ensino público no estado. Vários estudantes ficaram feridos e há notícia de, pelo menos, três detenções.

Cerca de 300 manifestantes fecharam a rua em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, reivindicando uma audiência com o secretário de Desenvolvimento, Thiago Peixoto (ex-secretário de Educação) para entrega de um documento. O secretário recusou-se a atender os secundaristas e chamou a Tropa de Choque da PM - sem identificação em todas as fardas -, que espancou estudantes que estavam pacificamente em frente ao palácio.

Foram lançadas bombas de gás e os estudantes apanharam com cassetetes. Desde o ano passado, os estudantes estão em luta contra a privatização da gestão das escolas públicas do estado, após anúncio por parte do governo de que entregaria a gestão de 25% do ensino secundarista à Organizações Sociais. Em dezembro, o movimento estudantil ocupou várias escolas goianas.

Tentativa de privatização das escolas em Goiás

O governo de Goiás anunciou em 2015, que repassaria em 2016 a gestão de um quarto das escolas estaduais para Organizações Sociais (OS) e para organizações militares. Com a medida, cerca de 250 escolas goianas serão geridas, com dinheiro público, por organizações privadas. A justificativa da Secretaria de Educação de Goiás para a terceirização das escolas é que o desempenho dos estudantes goianos é baixo, e que isso se deve ao fato das escolas serem geridas por professores, e não por gestores.

A medida, no entanto, teve grande rejeição, e gerou um grande movimento de ocupações de escolas por parte dos estudantes. Em abril, o governo de Goiás suspendeu o processo de terceirização da gestão da educação pública no estado, uma vez que nenhuma Organização Social inscrita no processo apresentou capacidade técnica que contemplasse as exigências da Secretaria de Educação. Apesar da falta de qualificação, as entidades inscritas no processo continuam credenciadas para a área da Educação e poderão participar do novo edital de terceirização.

Repressão a estudantes em Goiás não é exceção

Em 25 de janeiro, estudantes que ocupavam a escola Ismael Silva de Jesus, localizado no bairro Vitória, em Goiânia (GO), denunciam que policiais militares (PM) invadiram a escola, sem mandado judicial, e os expulsaram com pontapés, socos e empurrões. Devido à ação truculenta os estudantes foram ao Ministério Público prestar queixa dos abusos cometidos pela PM na desocupação.

Já em fevereiro, dois atos foram duramente reprimidos. No dia 15, 31 pessoas foram presas por protestar contra as OS na educação pública. No dia 17, além de dura repressão, mais 16 pessoas foram presas em ato contra o aumento da passagem do transporte público de Goiânia, e em solidariedade às 31 pessoas presas dois dias antes.

Em São Paulo, o governo estadual também se utilizou da repressão policial contra estudantes secundaristas. Em 2015, houve repressão contra os estudantes que protestavam, ocupando escolas, contra o projeto de “reorganização” da educação que fecharia escolas. Já em 2016, a PM paulista desocupou violentamente, e sem autorização judicial, uma escola ocupada contra o desvio de verba das merendas. No dia 18 de maio, a PM de São Paulo reprimiu duramente outra manifestação de estudantes, levando cinco pessoas presas.

Informações de Desneuralizador. Imagens de Secundaristas em Luta Goiás


Fonte: ANDES-SN



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