Data: 24/04/2016
Passados quase dois anos da realização da 1ª edição do Encontro Nacional de Educação (ENE) – Etapa Local, professores, técnicos em educação e estudantes, bem como representantes de entidades sindicais e sociais ligadas ao setor voltam a se reunir para debater os desafios da educação no Amazonas e no país. O 2º ENE Amazonas será realizado nos dias 6 e 7 de maio, na Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
O encontro é preparatório para a edição nacional do evento, programada para ocorrer de 16 a 18 de junho, em Brasília, e que este ano traz como tema “Por um projeto classista e democrático de educação”. “O 2º ENE é mais um passo no processo de reconstrução de um espaço de unidade classista para defesa do projeto de educação pública que queremos”, disse o 1º secretário do ANDES-SN, Jacob Paiva, um dos articuladores do Comitê em Defesa da Escola Pública do Amazonas.
Além das contribuições sobre “Financiamento” e “Acesso e Permanência”, destaques da discussão na 1ª edição do evento, a Etapa Amazonas do ENE deste ano amplia o foco do debate com a inserção de outros eixos: “Trabalho e formação dos trabalhadores em educação”, “Gênero, orientação sexual e questões étnico-raciais”, “Gestão” e “Avaliação”.
“Não é qualquer educação que interessa ao processo de emancipação da classe trabalhadora. A concepção presente no atual PNE [Plano Nacional de Educação] tem cunho bastante privatista, uma vez que desde a creche à pós-graduação a educação é ofertada como um serviço”, criticou Paiva. Para ele, a atual conjuntura requer esforço maior da sociedade contra o “recrudescimento de uma política educacional autoritária, de formação unilateral e com conhecimento destituído de boa parte do acervo cultural que possibilita uma visão e concepção de mundo”.
Para o presidente da ADUA, professor Alcimar Oliveira, o encontro preparatório ao 2º ENE é um espaço político para a discussão de um direito fundamental e sempre negado. “O acesso à educação é condição indispensável para que esse país seja uma sociedade de direito, feita de cidadãos. Não podemos pensar na possibilidade de uma cidadania ignorante. A grande tragédia da educação brasileira reside também na falta de percepção política dessa tragédia. Por isso somos chamados, por meio de nossa ADUA, a fazer esse grande debate. A miséria educacional é um dos mais graves passivos da imatura e frágil democracia brasileira”, afirmou.
Além do ANDES-SN e da ADUA, integram também a comissão organizadora da Etapa Amazonas do 2º ENE o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica no Amazonas (Sinasefe-AM), o Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sind-UEA), a Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel), da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), o Movimento Luta Popular, o Coletivo Luta Educador e o Movimento de Oposição de Professores da Educação Básica.
Fonte: ADUA |