Organizações protocolaram uma Carta com pedido de esclarecimentos ao Exército Brasileiro sobre a compra de blindados da Elbit Systems, maior empresa de tecnologia militar de Israel. A assinatura do contrato acabou sendo adiada. A aquisição de 36 blindados obuseiros (espécie de canhão de grande precisão e alcance) poderia chegar a custar R$ 1 bilhão.
As entidades cobram que o governo Lula e o Exército instituam um embargo militar e rompam todas as relações com o estado racista de Israel, responsável pelo genocídio na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em outros territórios ocupados ilegalmente.
Conforme o Direito Internacional, o Brasil tem obrigação, como signatário de convenções e tratados internacionais, de eliminar a empresa Elbit Systems e suas subsidiárias dos processos licitatórios em curso por participação em crimes de guerra, afirmam as entidades.
“O governo Lula precisa ir além das palavras e romper todas as relações com Israel. Não só militares, como os contratos do Exército brasileiro com empresas israelenses, mas também comerciais e diplomáticas. A Petrobras, por exemplo, se tornou a quarta maior exportadora de petróleo para Israel, alimentando a máquina de guerra genocida. Seguir com essas relações é financiar e ser cúmplice da limpeza étnica em curso na Palestina”, afirmou Fábio Bosco, integrante do Setorial Internacional da CSP-Conlutas, uma das entidades que assina a Carta.
No dia 16 de julho, ativistas e militantes contra o genocídio do povo palestino realizaram um ato em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo (SP), órgão a que é endereçada a Carta.
Entenda
Há pouco mais de nove meses, Israel promove um genocídio contra o povo palestino e que resulta na morte de mais de 40 mil pessoas, na sua maioria mulheres e crianças. Nos ataques são usados armamentos produzidos pela indústria bélica israelense e fornecidos pelos Estados Unidos.
No dia 17 de julho, foi registrado um bombardeio à escola da Organização das Nações Unidas (ONU) que assassinou, pelo menos, 20 palestinos. É a sexta escola atingida nos últimos 10 dias. Dois dias antes (15), 22 pessoas morreram em um ataque a uma escola no campo de refugiados de Nuseirat, e outras 80 ficaram feridas. No dia 16, o bombardeiro à escola Al-Awda, oito morreram.
Fonte: com informações da CSP-Conlutas
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