Data: 06/04/2016
As medidas de combate à corrupção e o atual cenário de embate político no Brasil foram alguns dos temas abordados no debate “Ética, Lei e Política na Atual Conjuntura”, promovido pelo Movimento Educar para a Cidadania (MEC). O encontro foi realizado na tarde desta quarta-feira (6), no auditório da ADUA.
O debate contou com a participação do procurador-chefe do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) Edmilson Barreiros, do professor e representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Guilherme Henrick Benek e do professor de Filosofia da Ufam e presidente da ADUA, José Alcimar de Oliveira.
Ao iniciar a discussão, Barreiros destacou a importância do combate irrestrito à corrupção. Como exemplo desse tipo de iniciativa, ele citou a campanha “10 Medidas contra a corrupção” promovida pela Procuradoria da República. O abaixo-assinado, que chegou ao Amazonas em setembro do ano passado, já coletou mais de 2 milhões de assinaturas em todo o Brasil.
A campanha se baseia em estudos que identificaram os tipos de desvirtuamento cometidos pela população brasileira. “Os objetivos são prevenir, garantir a punição efetiva dos acusados e a recuperação do dinheiro obtido em operações ilegais”, explicou Barreiros.
Além disso, o promotor ressaltou o papel da educação no combate à corrupção. “Essa consciência deve ser incentivada desde os primeiros anos de aprendizado da criança”. O promotor afirmou ainda que, nesta segunda fase da campanha, o trabalho das entidades sindicais junto aos parlamentares é de fundamental importância.
Polarização
O professor e representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Guilherme Henrick Benek, partiu do conceito de cidadania para fazer uma defesa da liberdade de expressão. “É um princípio que associa os três temas deste debate. Por outro lado, é necessário considerar a cidadania não como objeto jurídico, mas a partir do ponto de vista social”, explicou.
De acordo com Beneck, a observação desse princípio se tornou mais relevante no atual cenário brasileiro, marcado pela polarização da opinião pública. “A cidadania serve para nortear a importância da liberdade de expressão, tanto para os defensores quanto oposicionistas do governo”.
Nesse sentido, as ações mediadoras surgem como alternativas ao pensamento binário que tomou conta da discussão política, na opinião do presidente da ADUA, José Alcimar de Oliveira. “Não é mais possível pensar em termos fora do branco e do preto, não há espaço para o cinza”, exemplificou. “Este momento de crise exige a qualificação do pensamento, de forma a evitar que a compreensão do real seja reduzida a palavras de ordem”, complementou Oliveira.
Numa conjuntura como que a se apresenta, o presidente da seção sindical deixa o alerta. “Em meio a uma crise, o pior que pode ocorrer é tomar decisões a partir do prejuízo, movidos pelo imediatismo”, disse. Para avançar, completa o docente, “o Brasil precisa deixar de ser um país emergencial, espasmódico, que sempre quer resolver as coisas por meio de campanhas, sem se preocupar a longo prazo”.
Cidadania
O Movimento Educar para a Cidadania (MEC) surgiu em 2010 com a participação de professores, estudantes, técnico-administrativos da Ufam, UEA e da comunidade. O grupo tem por finalidade discutir as políticas públicas que envolvem o direito à cidadania. As reuniões ocorrem todas as quartas-feiras, às 15h, na sede da ADUA.
Fonte: ADUA |