Data: 01/04/2016
As universidades públicas têm sofridos sucessivos cortes orçamentários nos últimos anos por conta da priorização que os governos, federal e estaduais, têm dado à geração de superávit e ao investimento em educação privado. Na prática, isso tem significado dificuldade de manutenção das atividades de ensino, pesquisa e extensão. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é exemplo disso, e já trabalha em 2016 com um orçamento 7,14% menor que o de 2015.
A informação é de Filipe Mendonça, vice-presidente da Associação dos Docentes da UFU (Adufu – Seção Sindical do ANDES-SN). Para o docente, o orçamento de 2016 está muito aquém do necessário para o funcionamento normal da universidade, o que consolida uma trajetória de contingenciamentos já presente desde o ano passado.
“São vários os efeitos negativos disso, tais como o aumento do valor cobrado pelo uso do Restaurante Universitário (RU) pelos servidores; uma disputa interna entre unidades acadêmicas por recursos, valorizando iniciativas produtivistas; dificuldades impostas por pares na progressão para professor titular; redução dos investimentos em geral, com destaque para infraestrutura e atividades de extensão; precarização da pesquisa e ensino na pós-graduação; precarização dos campi avançados, que demandam mais investimentos; precarização do Hospital Universitário (HU)”, enumera Filipe.
O vice-presidente da Adufu - SSind destaca que o subfinanciamento do HU, por exemplo, tem levado ao endividamento agudo do hospital, acarretando no fechamento de leitos e na precarização do atendimento. Esta situação coloca em risco o atendimento de casos de média e alta complexidade em toda a região de Uberlândia e Alto Paranaíba. Além disso, a crise financeira do HU tem intensificado aproximações com Organizações Sociais por parte da gestão da universidade. “Nós, da Adufu - SSind e do ANDES-SN, entendemos que essas organizações devem ser compreendidas como espaço de mau uso do dinheiro público, sob critérios privados, o que favorece inclusive a corrupção”, critica.
Docentes federais intensificam luta por transparência no orçamento
O Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN definiu a transparência no orçamento das Ifes como um dos focos de luta para o mês de março. De acordo com a Circular n° 063, as seções sindicais do Setor das Ifes tem até o dia 31 de março, quinta-feira, para enviar à secretaria do ANDES-SN informações sobre o impacto da suspensão do abono permanência e de concursos públicos.
Já a Circular n° 064/2016 orienta a necessidade de pressionar os dirigentes das instituições a divulgarem o montante de verbas de custeio e de capital orçado e executado nos anos de 2015 e o orçado para 2016, dando continuidade à campanha “Abre as contas, Reitor (a)”, deslanchada na greve dos docentes federais em 2015.
Reunião do Setor das Ifes
Nos dias 15 e 16 de abril, os representantes do Setor das Ifes se reúnem em Brasília (DF), na sede do Sindicato Nacional. A reunião do Setor ocorre logo após o ato nacional dos Servidores Públicos Federais, na capital federal, convocado pelo Fórum das Entidades Nacionais dos SPF, para o dia 14.
Fonte: ANDES-SN |