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  03/05/2024


Docentes enfatizam condições precárias nos campi da Ufam



Base docente do INC/Benjamin Constant participou de reunião com membro da diretoria  

 

Sue Anne Cursino

 

De janeiro a março deste ano, membros da Diretoria da ADUA (gestão 2022-2024) realizaram visitas aos cinco campi da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) fora de Manaus: Benjamim Constant, Coari, Humaitá, Itacoatiara e Parintins. Campanha salarial, Regimento da ADUA, formação política sindical, segurança na universidade, precarização do trabalho e infraestrutura na Ufam foram alguns dos temas tratados nas reuniões.

 

Os informes da Diretoria destacaram o histórico de lutas do ANDES-SN e da ADUA no que se refere à carreira docente desde a sua desestruturação em 2012 até os dias de hoje. Os diretores falaram ainda sobre a atuação da Seção Sindical como presidente da Comissão de Elaboração de Metodologia para o III Congresso Estatuinte e no Grupo de Trabalho (GT) de Segurança da Ufam.

 

Sobre o Regimento da ADUA, foi enviada previamente uma proposta discutida pela Diretoria destacando pontos para ampla discussão, entre eles a composição e atuação do Conselho de Representantes das Unidades (Crad); a inclusão de um Conselho Fiscal e a proposta de alteração da composição da Diretoria. Foi ressaltada a necessidade de todas(os) as(os) sindicalizadas(os) debaterem o documento. 

 

Na reunião em 24 de janeiro, no Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET/Itacoatiara), o integrante do Crad, Paulo Assunção, avaliou que a visita da Diretoria fortalece o diálogo, visa a melhoria da qualidade de ensino e possibilita a sindicalização de mais docentes. “Estamos com uma perda salarial bem larga e tendo um efeito negativo na nossa condição de vida, principalmente nós que moramos nos municípios um pouco mais afastados da capital”, afirmou, enfatizando que “há necessidade de implementação de uma campanha salarial juntamente com outra campanha, a de sindicalização, para que se tenha um fortalecimento da entidade”. Nas visitas, foram distribuídos materiais do ANDES-SN e da ADUA como forma de incentivo à sindicalização e à unidade na luta em defesa da universidade pública e dos direitos da categoria docente.

 

Docentes do Icet, em Itacoatiara, afirmaram que as perdas salariais afetam diretamente na saúde física e mental 

 

No Instituto de Educação, Agricultura e Meio Ambiente (IEAA/Humaitá), no dia 02 de fevereiro, as(os)s professoras(es) destacaram a necessidade de mais autonomia dos campi fora de Manaus. O docente Tarcísio Santiago sugeriu, inclusive, a obrigatoriedade de membros desses campi na composição das chapas para a Diretoria da ADUA.

 

O professor do IEAA e integrante do Crad, Douglas de Paula, enfatizou a importância das assembleias presenciais nas unidades fora de Manaus para manter o engajamento. “Sobre a campanha salarial, falamos que as reuniões com o governo não têm resultado em avanços, que esta experiência deveria servir para que tomássemos uma atitude diferente e que os professores não se mobilizam se não tiverem uma perspectiva de conquista. Então é necessário convocar as assembleias apontando para algo além das próprias reuniões da Mesa Nacional de Negociação Permanente”.

 

Docentes do IEAA/Humaitá defendem participação obrigatória de representação dos campi do interior nas diretorias

 

O encontro no Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB/Coari), em 8 de março, foi focado em questões locais. As(os) docentes compartilharam as dificuldades enfrentadas com os processos de progressão. A professora Natasha Verdasca destacou que a reunião com a Diretoria levou esclarecimentos para demandas locais como auxílio jurídico para obtenção de retroativo em casos de promoção e progressão; orientações para o auxílio transporte e melhores mecanismos de perícia para avaliação de insalubridade de servidoras(es). “Diante da importância do fortalecimento da classe, acredito que reuniões como essa devem ser mais frequentes para aumentar o número de membros, assim como trazer unidade entre os associados”, comentou.

 

Reunião no ISB/Coari teve como destaque orientações sobre promoção, progressão, entre outras pautas da carreira docente

 

Também no 8 de março ocorreu a reunião no Instituto de Natureza e Cultura (INC/Benjamin Constant), onde entre os principais pontos debatidos estiveram a transferência de docentes para Manaus, que ocorrem sem reposição das vagas e resultam em sobrecarga de trabalho e adoecimento das(os) que ficam no campus. “Nós temos que dar conta das atividades de ensino, pesquisa e extensão, e participar da administração, das comissões. Só o curso de Letras, se eu não estou enganado, são três vagas que nós não obtivemos de volta, e os demais cursos estão na mesma condição”, afirmou Solano Guerreiro, Crad no INC.

 

Outras questões pontuadas por docentes do INC foram o sucateamento dos prédios e a falta de condições para o desenvolvimento de determinadas atividades. “A estrutura da universidade foi uma das situações destacadas por alguns professores, frisando que não são dadas as condições necessárias para que se realizem as práticas de campo da forma como esperamos”, disse Guerreiro. Foi ainda unânime entre as(os) docentes do instituto a urgência da ampliação da sindicalização para o fortalecimento do sindicato e a luta por valorização profissional e melhorias das condições de trabalho.

 

Em reunião no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ/Parintins), no dia 19 de março, as(os) docentes destacaram que a situação da área de saúde na cidade é um dos influenciadores do problema de retenção de profissionais. Na visita ao campus foram observadas questões como infiltrações, Restaurante Universitário ainda em construção e ausência de espaços para aulas de Educação Física como, por exemplo, piscina e quadras. Também foram registradas preocupações com a segurança devido a casos de roubo no instituto e no campus conhecido como “Ufanzinha”, no centro da cidade.

 

Docentes do ICSEZ/Parintins enfrentam falta de docentes, problemas de infraestrutura e insegurança no campus

 

A professora Audirene Cordeiro destacou que há uma precarização das condições de trabalho no ICSEZ, incluindo a falta de vagas para professoras(es) principalmente nos cursos de Artes e Pedagogia. A docente sugeriu que a ADUA fizesse um levantamento sobre a locação das vagas na Ufam. A mesma sugestão também foi feita por docentes de outros campi.

 

Um dos diretores a participar das visitas, o 1º tesoureiro, Tomzé Costa, comentou que os problemas levantados nos campi revelam que há um descaso dos governos que se arrasta há anos. Em relação às pautas sobre trabalho e estrutura da Ufam, um dos encaminhamentos foi que as(os) docentes discutam o assunto em suas unidades e produzam relatórios (com fotos e vídeos) para documentar os problemas existentes. Em Manaus, docentes do curso de Geologia já produziram um dossiê que foi entregue no dia 22 de março à reitoria da Ufam após ato contra a precarização do trabalho na universidade. 

 

Também com o objetivo de reunir mais informações sobre o tema, a ADUA lançou, em abril, uma pesquisa online sobre as condições de trabalho docente na Ufam, que tem as(os) docentes ativas(os) como público-alvo. Os dados serão estruturados em um documento que deverá ser apresentado e debatido junto à categoria docente, ao ANDES-SN e à Administração Superior da Universidade. As informações contidas no dossiê poderão ainda auxiliar, por exemplo, no trabalho do GT de Segurança da Ufam, o qual a ADUA integra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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