Data: 26/02/2016
Entre os dias 19 e 21 de fevereiro, aconteceu a primeira a reunião de 2016 da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas na cidade de São Paulo (SP), com a presença de 187 participantes. Entre as deliberações, foi aprovada a organização de uma agenda de lutas para barrar as demissões, o ajuste fiscal, a contrarreforma da Previdência e as privatizações promovidas pelo governo federal. Na ocasião, foram divulgadas as campanhas contra o imposto sindical e do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, 8 de março.
Alexandre Galvão, 3º secretário e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPSF) do ANDES-SN, afirma que a primeira reunião de 2016 da coordenação foi de extrema importância e contou com a participação de diversas entidades. "O principal dessa reunião é mostrar que os ataques e o ajuste fiscal continuam e numa intensidade cada vez maior. E, neste cenário, é necessário mobilizar a classe trabalhadora, inclusive dentro do Espaço de Unidade de Ação, para as lutas que virão em 2016. A agenda de lutas tem essa perspectiva de organizar para resistir aos ataques dos governos federal, estaduais e municipais. Além de se contrapor algumas centrais que tem objetivo de blindar o governo”, disse.
Ao longo dos três dias, representantes de 84 movimentos sindicais, sociais e populares filiados à CSP-Conlutas, e de mais 7 entidades convidadas, participaram de debates e aprovaram por ampla maioria a resolução política da Central sobre a necessidade de se construir um polo alternativo ao governismo e à oposição de direita.
Na sexta-feira (19) de manhã, o economista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Plínio de Arruda Sampaio Junior, e o sociólogo José Welmovick participaram como convidados da mesa sobre conjuntura internacional. O debate contribuiu para nortear a atuação da Central e das entidades filiadas, entre elas o ANDES-SN, sobre a crise estrutural do Capital, como ela influencia o Brasil, e como estreitar as relações internacionais nas lutas dos trabalhadores. “O Capital, para sair da crise que ele mesmo protagoniza, procura acabar com as barreiras econômicas nacionais extraindo a mais-valia e transferindo a conta da crise para a classe trabalhadora mundial. Essa conjuntura internacional é evidenciada em vários países, tanto na Europa quando na América Latina, e a resistência e a luta da classe trabalhadora a esses projetos de ajustes fiscais e reforma do Capital precisa se dar em nível internacional”, disse Galvão.
Pela tarde, foi realizada uma mesa sobre o aborto, com a exibição de um filme sobre o tema e dados sobre a realidade do aborto no Brasil e no mundo, e o compartilhamento de experiências de trabalho no sistema público de saúde. Na oportunidade, também foi lançada a campanha pela legalização do aborto, com a mensagem central “É pela vida das mulheres!”. No Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, 8 de março, estão programados atos pelo país a favor da descriminalização do aborto, contra o ajuste fiscal e o ataque à classe trabalhadora e contra a Reforma da Previdência, que atingirá a carga horária de trabalho das mulheres.
A Coordenação também lançou a campanha nacional pelo fim do Imposto Sindical. A CSP-Conlutas discutirá o tema em suas entidades filiadas com a intenção de fortalecer o sindicalismo de classe e independente.
O sábado (20) foi marcado pela mesa de debate de conjuntura e a aprovação de agenda de lutas. Foram definidos atos nos estados no dia 1° de abril em defesa do emprego, contra a Reforma da Previdência e o ajuste fiscal contra a privatização das empresas públicas e em defesa dos serviços públicos, com manifestações, assembleias, paralisações, protestos e panfletagens nos centros urbanos. A CSP-Conlutas também já se prepara para a construção de um ato nacional do 1° de Maio, em São Paulo, convidando todas as organizações e os setores da esquerda classista para que se somem à iniciativa.
“Na discussão sobre a conjuntura ficou clara a necessidade de construir uma agenda de lutas contras as medidas do governo federal de ataques aos direitos dos trabalhadores. No dia 1° de maio iremos denunciar esta política do governo federal de ataque aos direitos dos trabalhadores, como opção do governo em colocar os trabalhadores para pagarem pela crise, enquanto os banqueiros continuam lucrando”, explicou. Essas resoluções serão levadas para a reunião do Espaço de Unidade de Ação, que acontece na quarta-feira (24), com o intuito de buscar unidade em tornos dessas bandeiras.
No último dia de reunião (21) foram votadas as deliberações setoriais. No setorial de Educação, foi aprovada a intensificação da mobilização para a construção do II Encontro Nacional de Educação (ENE), com a realização de plenárias nos estados, com o objetivo de fortalecer o encontro.
Confira o calendário de mobilizações:
26 a 28 de fevereiro – Encontro Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
8 de março – Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora
1° de abril – Dia Nacional de Luta contra as mentiras do governo e dos patrões
2 e 3 de abril – Seminário Nacional sobre Terceirização
28 de abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho
1° de maio – Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras
16 e 19 de junho – II Encontro Nacional da Educação (ENE)
Com informações da CSP-Conlutas
Fonte: ANDES-SN |