Foto: Raphael Alves
Em um movimento de resistência, indígenas e entidades que atuam em defesa dos direitos dos povos originários marcaram o 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, com uma grande manifestação no centro de Manaus (AM). Flautas e maracás ressoaram durante a caminhada iniciada na Praça da Saudade até o Largo São Sebastião. A atividade marcou o Pré-Acampamento Terra Livre no Amazonas. Entre as manifestações esteve o repúdio contra a oficialização da licença para exploração de potássio em Território Mura, no município de Autazes.
A ADUA esteve presente no ato de luta pela demarcação, proteção de terras e dos corpos indígenas. “Manaus é território indígena e estamos aqui no 19 de abril para lembrar que os povos indígenas são donos dessas terras desde sempre. Nós, a juventude Munduruku, nos solidarizamos com o povo Mura. Nossos corpos estão doentes, nossos territórios estão sendo invadidos por drogas, álcool e diabetes, porque o capitalismo interfere na nossa alimentação, na nossa cultura, arranca nossa língua, tira a nossa identidade”, enfatizou a docente da Ufam, Danielle Gonzaga, que também integra o movimento estudantil indígena no Amazonas.
O presidente da ADUA, Jacob Paiva, em seu discurso afirmou que “os povos indígenas resistem há mais de 500 anos, sendo exemplo de luta contra a exploração e a dominação das classes dominantes desde a colônia até os dias de hoje atuais”.
Foto: Raphael Alves
Organizada pela Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam) e a Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), com apoio de outras entidades, o pré-acampamento em MAnaus antecedeu o 20ª Acampamento Terra Livre (ATL) 2024, convocado para 22 a 26 de abril, em Brasília. O evento é considerado a maior mobilização indígena do Brasil e nesta edição deve reunir cerca de seis mil indígenas, de diversos estados. com tema "Nosso marco é ancestral: sempre estivemos aqui!"
Fonte: ADUA
|