Docentes das universidades estaduais do Ceará denunciam a tentativa do governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), de cercear o direito de greve das(os) docentes e condenaram a aplicação de multas às seções sindicais do Ceará e às(aos) dirigentes. Além disso, criticam a solicitação do governo para que o Ministério Público do Ceará (MP-CE) investigue as(os) dirigentes por crime de desobediência.
Em defesa do diálogo e contra a criminalização do movimento grevista, as(os)docentes das universidades estaduais do Ceará, com apoio de outras entidades sindicais, promoveram um ato unificado no dia 17 de abril em frente ao Palácio da Abolição, em Fortaleza (CE). Apesar da manifestação ocorrer em frente à sede do governo, Elmano não recebeu as(os) manifestantes.
O governo tentou impedir a mobilização, bloqueando inicialmente o carro de som, o qual foi liberado após a intervenção do deputado estadual Renato Roseno (Psol). Além disso, a polícia também tentou barrar os ônibus vindos do interior e do campus Itaperi (Uece), realizando revistas e solicitando documentação.
Greve
As e os docentes das universidades estaduais cobram reajuste salarial de 35,7%, melhores condições de trabalho, realização de concursos públicos e convocação do cadastro reserva, melhorias e reformas na infraestrutura das universidades, garantia do direito do restaurante universitário (RU) às e aos estudantes, entre outras reivindicações.
O governo de Elmano de Freitas apresentou um reajuste de 5,62% para todas(os) servidoras(es) a partir de julho, sem considerar o pagamento retroativo, desrespeitando assim o estipulado pela Lei 14.867/2022, que prevê a data-base em 1º de janeiro.
No dia 19 de abril, o ANDES-SN publicou uma nota solicitando às(aos) docentes de todas as seções sindicais do Sindicato que denunciem a truculência e a criminalização do movimento sindical no Ceará. Confira a seguir a nota da ADUA na íntegra:
MOÇÃO DE APOIO E DE REPÚDIO
A Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA -Seção Sindical do ANDES-SN), reunida em 22 de abril de 2024, manifesta seu mais irrestrito apoio à Greve do Docentes das Universidades Estaduais do Ceará, por compreendermos que as reivindicações da categoria, além de justas, são necessárias ao bom desempenho das importantes atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas nessas instituições junto à sociedade cearense.
Ao mesmo tempo, repudiamos as atitudes do governador do Ceará, Elmano de Freitas, que tentam criminalizar o movimento grevista ao impor multa às seções sindicais e seus dirigentes, e indicar ao MP-CE a investigação das(os) dirigentes por crime de desobediência.
Por fim, solicitamos que o governo cearense reveja sua posição política e negocie com o Comado de Greve no sentido de atender as reivindicações da categoria.
Manaus, 22 de abril de 2024.
|