Data: 17/02/2016
O Relógio Municipal de Manaus, a Ponte Rio Negro e o Museu Casa Eduardo Ribeiro, localizado no centro histórico da capital amazonense, são alguns dos pontos turísticos da cidade que serviram de inspiração para a exposição “Geografia e Arte”, que reúne pinturas do professor de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Marcos Castro. As obras foram expostas durante tarde cultural promovida pelo Movimento Educar para a Cidadania (MEC), nesta quarta-feira (17), na sede da ADUA.
Nas telas, o docente alia geografia e arte, com o intuito de provocar reflexão. “O quadro sobre o Relógio Municipal, por exemplo, é uma pintura sobre a época da cheia de 2012. É uma junção do tempo acíclico e cronológico, o tempo que não para – o relógio – e do tempo cíclico e ecológico, o tempo do subir e descer das águas, que afeta a produção e atinge a metrópole”, explicou. A exposição, segundo Castro, reúne aspectos da “natureza narcisista” à “metropolização do espaço”.
Lançamento de Livros
Durante a programação houve ainda o lançamento de dois livros. Um deles é “Teoria Crítica e Adorno: ideias em constelação”, organizado pelos professores Renan Freitas Pinto, Davyd Spencer e Tenório Telles. A obra traz para o centro do debate elementos da Amazônia a partir da leitura das ideias do filósofo alemão Theodor Adorno, expoente da chamada Escola de Frankfurt. “A perspectiva de que a educação deve ser autônoma e política”, afirmou Freitas, estabelecendo conexão com o objetivo do evento desta quarta-feira.
Um dos capítulos da obra é assinado pelo presidente da ADUA, José Alcimar de Oliveira. “Sem conhecimento, sem formação, não há possiblidade de intervenção inteligente na realidade. Quanto menos o povo tiver domínio dos conceitos, mais ele vai ser dependente da indústria cultural”, disse Oliveira. No texto, ele “transporta” as ideias de Adorno para São Gabriel da Cachoeira para entender os elementos da indústria cultural presentes naquela realidade.
Editada pela Valer e baseada na tese de doutorado intitulada “Práticas Socioculturais, figuração, poder, diferenciação em Bicó, Cuiamucu e Canela-Fina – Comunidades Amazônicas”, a obra “Ethos e Figurações na Hinterlândia Amazônica”, do professor Gláucio Campos Gomes de Matos, da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff) também teve espaço no rol de lançamentos.
“Destaco o processo de integração, a diferenciação social ocorrendo no Amazonas e o maior grau de interdependência funcional, as relações de poder e a força oculta do processo civilizador avançando sobre as comunidades, tanto de não índios como indígenas”, resenha o professor Gláucio Campos. Durante a exposição, o docente fez questão de mostrar ao público os diários de campo utilizados nos registros de suas observações sobre as comunidades visitadas.
A tarde cultural teve ainda o Sarau de Poesias do professor Welton Oda, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). A programação contou também com a exposição “50 Tons de Ensino”, reunindo fotografias do Jubileu de Ouro da Faculdade de Medicina (FM) da instituição. As imagens, organizadas pelo professor do curso, o médico Antônio de Pádua Quirino Ramalho, retratam um pouco da história da unidade acadêmica que completou, no ano passado, cinco décadas de existência.
O evento é uma promoção do Movimento Educar para a Cidadania, entidade criada e mantida por professores, técnico-administrativos e estudantes da Ufam em parceria com representantes da sociedade civil. O movimento tem o objetivo de discutir políticas públicas que envolvam o direito à cidadania. As reuniões do MEC ocorrem todas as quartas-feiras, na sede da ADUA, no setor sul do Campus Universitário.
Fonte: ADUA |