A Jornada de Lutas das(os) Servidoras(es) Públicos(as) Federais (SPFs), realizada de 16 a 18 de abril, deu o recado para o governo: não aceitaremos 0% de reajuste em 2024. Na primeira atividade programada, as(os) SPFs participaram em peso da audiência “Mobilização de servidores de universidades e IFs por reajuste salarial”, em Brasília (DF). No dia seguinte, 10 mil manifestantes participaram da Marcha a Brasília nas ruas do Distrito Federal. A Jornada foi organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos (Fonasefe).
Docentes de 24 universidades, institutos federais e Cefets estão em greve por tempo indeterminado. Além das(os) professores, outras(os) servidoras(es) da base da Fasubra e do Sinasefe também estão em greve no país. As(os) trabalhadoras(es) decidiu pela paralisação devido à falta de negociação do governo em relação às reivindicações protocoladas. Entre elas estão reestruturação da carreira, mais orçamento para as instituições e a revogação de medidas do governo Bolsonaro que afetam a educação.
Na audiência pública, as(os) SPFs lotaram o auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, em defesa da educação pública. A atividade foi organizada pela Comissão de Administração e Serviço Público para ouvir as demandas das categorias. O Comando Nacional de Greve do ANDES-SN participou da audiência.
“Nossas reivindicações incluem a recomposição das nossas remunerações, o enfrentamento contra a corrosão de nossa renda, a necessidade de reorganização de nossas carreiras e o investimento público massivo nas universidades, institutos federais e Cefets. Também é fundamental impulsionar na nossa Campanha Salarial, uma agenda de revogaço de todas as medidas restritivas de direito que caíram sobre nossas cabeças e daquelas que furtam a nossa possibilidade de ter um desejo de um dia se aposentar”, disse o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian, que compôs a mesa.
Seferian destacou entre essas medidas do governo anterior a restrição ao exercício de greve, que limita a capacidade de organização e luta das(os) servidoras(es). “As normativas do governo Bolsonaro foram requentadas neste governo e são plenamente passíveis de serem revogadas. No entanto, até o momento não tivemos qualquer espécie de resposta”. Assista a audiência na íntegra aqui.
Marcha
A Esplanada dos Ministérios foi o cenário de mais uma grande manifestação por direitos no dia 17 de abril. Servidoras(es) vindos de todo o país, unidos a estudantes e movimentos sociais, protestaram. ANDES-SN, Fasubra Sindical e Sinasefe reforçaram a manifestação que juntou quase 10 mil pessoas, uma das grandes manifestações da greve da educação 2024.
No período da tarde, as(os) manifestantes se reuniram em frente ao Ministério da Educação (MEC), onde foi realizada uma aula pública, tendo o orçamento federal como tema central. No local, foram entoadas palavras de ordem abordando as reivindicações das diversas categorias. “Não aceitaremos reajuste zero. Continuaremos lutando pelos nossos direitos. Não só das instituições de educação, mas do conjunto do serviço público”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional.
Ainda no mesmo dia, representantes de entidades sindicais reuniram-se com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Lopez Feijóo, que insistiu no reajuste zero e novamente condicionou as negociações pulverizadas em mesas setoriais – enfraquecendo a pauta unificada do funcionalismo – e a assinatura, pelas entidades, do “Termo de Compromisso”, proposta rebaixada oferecida pelo governo na rodada de negociação de 10 de abril.
O governo ainda reafirmou posição em defesa de soluções que penalizam aposentadas(os), mantêm o arrocho salarial e reajusta apenas “penduricalhos”: o auxílio-alimentação passando de R$ 658 para R$ 1000; a assistência pré-escolar de R$ 321 para R$ 484,90 e o valor per capita da saúde suplementar reajustado com escalonamento em até 51%.
Fonte: com informações do ANDES-SN e edição da ADUA
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