Foi instalado no dia 15 de abril, na sede do ANDES-SN, o Comando Nacional de Greve (CNG) integrado pela Diretoria do ANDES-SN e por delegadas(os) e observadoras(es) das seções sindicais em greve. O Comando é responsável por coordenar politicamente e deliberar sobre a greve docente federal, tomando como base as decisões dos Comandos Locais de Greve e das bases.
Docentes de 24 universidades, institutos federais e Cefets estão em greve por tempo indeterminado por recomposição salarial e do orçamento das instituições federais. As(os) servidoras(es) exigem também reestruturação da carreira, exoneração de interventoras(es) nas universidades e a revogação de instruções normativas, portarias e outras medidas do bolsonarismo que afetam a educação pública.
Durante o encontro na sede do ANDES-SN foi realizada ainda a aprovação do Regimento do CNG, a análise de conjuntura, informes dos Comandos Locais de Greve (CLGs) e uma mesa sobre o orçamento público com representantes da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD).
Segundo o economista da ACD Rodrigo Ávila, em 2023, os gastos do governo com o pagamento de juros e amortizações da dívida somaram R$ 1,89 trilhão, o que representou 43,23% do Orçamento Federal Executado (pago), consumindo, portanto, a maior parcela de todos os recursos públicos federais. Em contraste, o orçamento destinado à Educação no ano passado representou 2,97% dos R$ 4,36 trilhões do orçamento federal.
Diante da decisão de deflagração da Greve do Setor das Ifes do ANDES-SN no dia 15 de abril, o ANDES-SN orientou, por meio de circular de 10 de abril, que as seções sindicais que deflagraram greve enviassem representantes para Brasília na data para instalação do CNG, como delegadas(os). Às seções sindicais com aprovação da deflagração de greve para dias posteriores ou ainda não deliberada, foi solicitado o envio de observadoras(es).
ADUA
Na última reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do ANDES-SN, ocorrida no dia 10 de abril, as(os) docentes de 34 seções sindicais presentes na reunião deliberaram pela deflagração da greve nacional nas universidades federais, institutos federais e Cefets a partir do dia 15 de abril. A decisão foi aprovada por 22 votos favoráveis, sete contrários e cinco abstenções. A ADUA foi representada pelo presidente, Jacob Paiva.
Na reunião, foi informado que duas seções sindicais do ANDES-SN aprovaram iniciar a greve antes do dia 15 de abril, e 16 seções deliberaram pelo movimento paredista a partir do dia 15. Três deflagraram a greve com início em datas distintas no mês de maio, oito se encontram em estado de greve, e cinco seções aprovaram indicativo ou construção da greve sem data determinada. Ainda há três seções sindicais contrárias ao indicativo de greve no dia 15, uma delas é a ADUA, e quatro seções contrárias à greve. Cinco seções ainda não tiveram deliberação nas assembleias ou não tiveram assembleias com esse ponto de pauta.
Em Assembleias Gerais Descentralizadas nos campi de Humaitá, Parintins, Manaus e Benjamin Constant, 58 professoras(es) sindicalizadas(os) à ADUA votaram contra a greve, 13 a favor e 2 se abstiveram. Em suas falas, as(os) professoras(es) afirmaram que há motivações para a greve como a falta de negociação de reajuste salarial por parte do governo, o sucateamento e o corte no orçamento das universidades e a precarização das condições de trabalho das(os) docentes. Mas, também ponderaram que há fatores que inviabilizam a deflagração da greve no dia 15 como a desmobilização da categoria; o período de férias da Ufam, que retoma as aulas no dia 22 de abril; e o calendário pós-pandemia da Universidade.
Confira as universidades com docentes em greve:
Confira a Circular 01/2024 do CNG aqui
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