Data: 02/02/2016
Pela terceira vez, Cuiabá sediará o Congresso do ANDES – Sindicato Nacional. A disposição em trazer o evento para perto dos docentes mato-grossenses em 2017 partiu da delegação do estado, que apresentou a proposta durante a penúltima plenária do 35º Congresso do ANDES, realizado entre os dias 25 e 31/01, em Curitiba.
O presidente da Associação dos Docentes de Mato Grosso – Seção Sindical (Adufmat-Ssind), Reginaldo Araújo, leu o discurso que preparou momentos antes de falar à plenária, demonstrando que seria uma grande honra receber, novamente, o evento que reúne uma das categorias que (para além de suas demandas) mais se preocupa com as questões sociais do país. “Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas, nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair. Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única, dedicação exclusiva, reajustes lineares, titulação e tempo de serviço, entre tantas outras”, disse Araújo.
Depois da leitura, o professor Maelison Neves, um dos delegados da Adufmat-Ssind, afirmou que o Congresso do ANDES é um excelente momento para levar a um dos estados mais conservadores do país, berço do agronegócio, um debate qualificado na perspectiva da luta de classe. “É muito importante levar o congresso de um sindicato nacional classista e combativo para o estado, para proporcionar essa tensão da luta de classes”, destacou. A plenária, animada, aprovou a proposta por unanimidade.
Cuiabá sediou o 10º Congresso do ANDES-SN em 1992, durante a diretoria do professor Tomas Aquino. Na ocasião, os docentes iniciavam as discussões sobre a carreira docente no Brasil; 14 anos depois, na gestão do professor Carlos Eilert, a capital voltou a receber o evento, que teve como tema “Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”.
Para o atual presidente da Adufmat-Ssind, um dos motivos pelos quais o Congresso deve ser realizado em Mato Grosso é a avaliação de que os docentes estão interessados no fortalecimento do sindicato. “[...] vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta. Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato”, ressaltou.
A importante participação de Mato Grosso na greve docente de 2015 é um dos motivos de tal efervescência. Durante os quase cinco meses de paralisação, a Adufmat-Ssind realizou diversos debates sobre a dívida pública, as contrarreformas, a carreira docente, e distribuiu materiais informativos do ANDES-SN aos professores em estágio probatório. Além disso, manteve contato direto com o Sindicato Nacional, por meio de representantes no Comando Nacional de Greve e nas manifestações em Brasília.
O diálogo com o movimento estudantil e com os técnicos da universidade também foi fundamental para fortalecer o movimento, que garantiu aos docentes a negociação efetiva da pauta interna com a Reitoria. As reuniões entre professores e a administração da universidade para debater as reivindicações da categoria começaram no final da greve, em outubro de 2015, e a agenda segue até o final do mês de março de 2016.
Abaixo, a íntegra do discurso de candidatura para sediar o 36º Congresso Nacional do Andes em 2017:
Boa noite a todos
A Associação dos Docentes da Universidade Federal de MT (Adufmat - Seção Sindical do ANDES) foi criada em 1978, em uma conjuntura marcada pela repressão e perseguição por militares, tendo, após sua fundação, clara retaliação por parte dos dirigentes da UFMT, ocorrendo, inclusive, exoneração de colegas docentes do quadro permanente da instituição.
Ao nos aproximarmos de quatro décadas de atuação, nossos militantes orgulham-se em afirmar que, em todas as greves e demais momentos de lutas, nosso sindicato coloca-se na dianteira, sendo, historicamente, um dos primeiros a entrar no paradeiro e um dos últimos a sair.
Nos orgulhamos, também, em dizer que participamos de lutas que garantiram conquistas como: carreira única; dedicação exclusiva; reajustes lineares; titulação; e tempo de serviço, entre tantas outras.
Nos orgulhamos, ainda, por contribuir com valorosos companheiros na direção do nosso Sindicato Nacional. Não citarei nomes para não ser injusto, com algum esquecimento.
Outro grande orgulho é o fato de já termos acolhido dois Congressos do Andes:
o 10º, em 1992, quando fizemos a primeira abordagem sobre a carreira docente;
e o 25º, em 2006, quando realizamos importantes debates a partir do tema "Financiamento público: garantia de direitos sociais e de democracia”.
Avaliamos que, atualmente, vivemos um momento de efervescência na organização do movimento docente em nossos campi, conseguindo envolver novos colegas na militância, ao mesmo tempo em que garantimos a participação e contribuição dos companheiros históricos no sindicato.
Outro dado que nos dá a certeza de que passamos por um momento de efervescência na região, são as novas sindicalizações. Nos últimos 12 meses, aproximadamente 130 novos companheiros se aproximaram da luta.
Tal fenômeno resulta do diálogo aberto sobre a importância do fortalecimento do sindicato. Não temos nenhum novo plano de saúde, odontológico, e nenhuma chácara que atraia os colegas. Há, sim, lutas por direitos.
É neste contexto que expressamos a enorme vontade de acolher o 36º Congresso do Andes, em 2017, com muito calor. Ou melhor, com um grande calor humano.
Fonte: Adufmat-Ssind
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