Data: 25/01/2016
O projeto de recuperação do Bosque da Resistência, localizado na entrada da sede da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), é apenas o início do debate sobre uma série de ações que necessitam ser implementadas na instituição para preservação e valorização da área verde do Campus Universitário. Esse é o entendimento de representantes de movimentos sindicais e sociais, que também defendem uma agenda ambiental para a universidade.
“O trabalho vai iniciar com o Bosque, mas a ação central é proteger várias áreas nesse fragmento florestal urbano que, junto com o Campus Universitário, compõem a APA [Área de Proteção Ambiental] da Ufam, como área da Lagoa do Japiim, do INPA [Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia], que devem ser incorporadas em outro momento”, disse o geólogo e professor da instituição, Albertino Carvalho, acrescentando que essa iniciativa também deve abarcar as demandas das unidades acadêmicas de fora da sede.
De acordo com Carvalho, o Campus possui muitas características de zoneamento, com diferentes tipos de solo, manchas naturais e mais de dez nascentes que alimentam cursos d’água pela cidade. “A gente tem que cuidar para que não sejam destruídos”, reforçou.
Mas não foi esse o cenário encontrado por integrantes do Movimento Educar para a Cidadania (MEC) e Instituto Amazônico da Cidadania (IACi), durante caminhadas em trilhas da Ufam, em três ocasiões ao longo do ano passado. Equipamentos eletrônicos, utensílios domésticos, móveis e toda sorte de lixo jogados na mata do Campus Universitário, sobretudo nas bordas próximas aos bairros que cercam a Ufam pela Zona Leste da cidade.
O impacto das ações humanas na área verde da Ufam, próximas aos limites da instituição ou no interior da universidade, levanta preocupação em quem passa diariamente pela estrada do Campus. “Toda vez que eu entro no Campus, percebo a presença de mais e mais clareiras e mata rarefeita, além de crateras em muitas trilhas. É isso que dói!”, lamentou a professora do Departamento de Estatística Amazoneida Sá, durante encontro realizado na sede da ADUA, na presença de representantes da seção sindical, do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam) e do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA) Ufam.
Para evitar mais problemas, a comunidade acadêmica precisa agir preventivamente, na avaliação do ecólogo e professor do Departamento de Biologia Marcelo Gordo. “A gente tem que chegar antes e preservar espaços que poderiam até ser outros Bosques, como uma área nas proximidades do novo prédio da Farmácia [Faculdade de Ciências Farmacêuticas], onde há uma Samaumeira gigante e muito lixo por perto”, disse.
Fonte: ADUA |